Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



segunda-feira, 28 de março de 2011

Puro Orgulho

Vou postar meu primeiro texto universitario por ter ficado orgulhoso dele! E com isso volto a ativa no meu querido blog. Agora que a internet em encontrou aqui nos confins da baixada, na ponta da praia! O texto é meio pesado, eu acho, mas eu estou feliz com ele. leia quem estiver afim! Em breve postarei sobre a vida em santos! Historias locais e a visita de minha amada a meu esconderijo atual...

Natureza humana


Este termo é comumente utilizado para justificar uma reação humana. Em nossa sociedade existem varias condutas, reações,  consideradas naturais enquanto outras tantas são classificadas como “não naturais”. Essa classificação é arbitraria e varia de de acordo com inúmeros fatores da organização social humana. Porem estas classificações e expressões que ouvimos nascem do uso erroneo do termo “natural”. Temos como natural aquilo que é espontâneo, sendo assim, não podendo ser classificado previamente. Nossas ações e reações são, antes de naturais, culturais. E sobre o estudo do nascimento da cultura o professor Glifford Geertz (1926-2006), antropólogo, fez comparativos entre o homem e seus “parentes” primatas. Na tentativa de entender como e quando o homem adquiriu a capacidade natural de adquirir cultura, que os outros animais aparentemente não possuem.

Se observarmos os animais, sejam domésticos ou selvagens, podemos ver neles padrões comportamentais que denotam capacidade de aprendizagem e armazenamento de informações semelhantes, embora muito menos expressivos, que os nossos. Por exemplo um cachorro que, atraído pelo cheiro de comida, descobre uma lixeira de restaurante e lá se alimenta dos restos de refeição. Este mesmo cachorro pode ser visto voltando a lixeira em outros dias quando o cheiro de comida não estiver presente e pode até mesmo levar outros cachorros com ele. Isso indica que este animal aprendeu que a lixeira pode ser uma fonte de alimento. Exemplos semelhantes podem ser encontrados em animais selvagens e reforçados com animais adestrados.

Todo animal tem uma capacidade natural de aprendizagem, limitada biológica e fisiologicamente. A esta habilidade de aprendizagem e de raciocínio lógico, mesmo que muito primitivo, dou o nome de cultura. Sendo assim a cultura é gerada através de nossas experiencias (vivencias) pessoais e do contato com o meio. Nos seres humanos a habilidade natural de aprendizagem e raciocínio é muito desenvolvida, oque nos permite a criação de uma cultura ampla e complexa.

Porem a razão para apenas os homens terem desenvolvido tamanha habilidade de raciocínio ainda não nos é clara, segundo o ponto de vista cientifico. Mas existe uma teoria com grande aceitação. Esta declara que o desenvolvimento evolucionário que distanciou o homem dos primatas se deve ao processo de seleção natural dos indivíduos. Enquanto os outros primatas se especializaram em força e agilidade os ancestrais humanos se valeram da inteligencia e do raciocínio para sobreviverem. Através da capacidade natural de aprendizado esses antepassados se aprimoraram nas tarefas intelectuais como criação de ferramentas manufaturadas, caça, comunicação. Mesmo que todas de forma muito primitiva comparadas aos padrões atuais. Com o passar das eras os indivíduos com maior capacidade de aprendizado e, por conseguencia, maior capacidade de adaptação ao meio foram sendo “selecionados”. E assim como em qualquer espécie os indivíduos mais capacitados a sobrevivência foram sobrevivendo e em sua linhagem a capacidade intelectual foi se desenvolvendo. Oque com o passar das eras possibilitou a genética humana chegar ao estado em que nos encontramos, com a capacidade natural de aprendizado muito superior aos outros animais.

Esta Natureza Humana fica evidenciada em casos como o do alemão Kaspar Hauser , jovem que passou os primeiros anos de sua vida aprisionado numa cela, não tendo contato verbal com nenhuma outra pessoa. E quando tinha aproximadamente 15 anos foi deixado em uma praça da cidade de Nuremberg. Este garoto que antes de ser encontrado na praça não tinha tido quase nenhum contato com humanos, não sabendo nem se quer sentar-se. Aprendeu a falar, a ler e a se comportar, e a sua fama correu a Europa, tendo ficado conhecido à época. Sua história pode ser vista no filme de Werner Herzog, lançado em português com o título “O Enigma De Kaspar Hauser”, de 1974.

Neste exemplo vemos uma pessoa que viveu aproximadamente 15 anos em uma cela, privada de qualquer estimulo que pudesse desenvolver seu raciocínio, com exceção de poucos contatos com quem o mantia no carcere e o alimentava. Quando abandonado na praça de Nuremberg ele era oque o professor Glifford Geertz viria a chamar de “meio-homem” Já que possui a capacidade natural de adquirir cultura porem não a tinha adquirido Sendo assim antes da aquisição dos padrões culturais não poderíamos considera-lo um ser humano plenamente desenvolvido. Já que a nossa escala evolucionaria condicionou nossos mecanismos de sobrevivência a dependerem do nossa natureza humana, a capacidade de aprendizagem e raciocínio

Tanto é verdade que, quando retirado da cela e apresentado ao mundo, Kaspar Hauser foi aos poucos aprendendo como interagir com o meio e se tornar “auto-suficiente” para sua sobrevivência Lembrando que o ser humano por depender de fontes de alimentação externas ao seu organismo não são autossuficientes, e que na vida em sociedade muito do que se faz para sobreviver depende direta ou indiretamente da ação de outra pessoa. Mas o fato é que Kaspar aprendeu essas interações se tornando capaz de criar suas próprias ideias e teorias sobre o mundo em que vivia. Evidenciando a habilidade humana de não só de adquirir conhecimento como também de processa-lo, modifica-lo e reproduzi-lo.

Porem fica claro, pelo exemplo dado, que para natureza humana dar origem a cultura do indivíduo é necessário estímulos e interações com o ambiente. Sendo assim pessoas com que tem essas interações limitadas, por qualquer que seja o motivo, tem padrões diferentes de desenvolvimento lógico. Kaspar, segundo retrato do filme,considerava difícil diferenciar realidade de sonho no período que passou trancado na cela. Seu raciocínio e sua bagagem cultural, limitados por uma interação quase nula com o meio, não lhe davam o suporte necessário para analisar as situações naquele ambiente.

Outro ponto do desenvolvimento cultural humano demonstrado no exemplo é o da interação dos indivíduos. Uma vez que podemos trocar informações graças aos nossos mecanismos de comunicação, gestos e fala por exemplo. Esta troca de informação constante nos permite analisar nosso ambiente por diversos ângulos e gerar conclusões diferentes das que seriam geradas se leva-se-mos em conta apenas as nossas opiniões e vivencias. È ainda dessa interação constante e da organização de vida em sociedade que geramos um “senso comum”. Um padrão comportamental, vinculado a determinada sociedade, semelhante a todos os seus membros. Oque, como dito no começo do texto, é tratado erroneamente como Natureza Humana. Este senso comum varia de acordo com a sociedade e sua organização, não dependendo exclusivamente da constituição do ser humano e não podendo ser chamado de natural.

Natural ao ser humano é a capacidade de de aprendizado, raciocínio e troca de informações que possibilitam o acumulo de conhecimento a que chamo de cultura. Esta natureza humana tem origens genética e biológicas, com suas limitações e possíveis distúrbios. Já a cultura esta vinculada ao uso desta habilidade natural na construção de modelos, que por sua vez nos servem como parametros para as decisões tomadas no nosso cotidiano.

domingo, 6 de março de 2011

O Inexplicável

Surpresa. Estranheza. Duvida. Decisão. Insegurança. Coragem. Atitude. Aceitação. Soriso. Papo furado. Primeiro beijo. Nossa canção. Ouvir historias. Andar de mãos dadas. Cinema. Teatro. Parque. Praça. Jardim. Qualquer lugar. Ligar. Esperar ligar. Não saber esperar. Não querer desligar. Conhecer manias. Conhecer família. Luar. Mão boba. Palpitação. Contar segredos. Jurar muita coisa. Mais de mil beijos. Sonho. Saudade. Loucuras. Imoralidades. Total intimidade. Plena felicidade. Cabeça nas nuvens. Planos pretensiosos. Noivado?! Casamento?! Tolices de apaixonados. Patético. Descontrolado. Ciumes. Insegurança. Medo de perder. Mais tolices. Brigas bobas. Brigas feias. Reconciliação. Mais loucuras. Na rua. Na chuva. Na fazenda. Ou numa casinha de sape. Dividir tarefas. Lavar a louça. Guerra de água. Roupa molhada. Tudo é motivo. Esquece-se a roupa. Convívio. Fazer compras. Pagar contas. Preocupações. Saúde. Carreira. Emprego. Correria. Menos tempo. Mais Saudade. Intensidade. Sem medos. Fazer parte dos sonhos. Fim dos segredos. Mais ciumes. Mais brigas. Feias. Bobas. Tolices sempre. Superação. Outra Reconciliação. E outra. E mais uma. Criatividade. Ousadia. Mais loucuras. Aniversario. Natal. Sem motivo. Um presente. Uma surpresa. Ombro amigo. Sem querer. Sem pensar. Plenitude. Na saúde. Na doença. Até que a morte os separe! Sonhos. Sempre tolos. Mais fortes. Dia a dia. Prazer. Penar. Tristeza. Euforia. Mil sentimentos. Num dia. Todo dia. Querer todo dia. Todo dia. Todo Dia. Medo. Saudade. Insegurança. Visitas. Felicidade. Risada. Luz acessa ou apagada. Intimidade. Imoralidade. Novamente.?! Toda hora! Já é hora. Vai embora. Volta logo. Mais saudade. Algo muda. Mais saudade. Cresce e cresce. Dependência? Será isso? Quase isso? Não importa. Ou importa? Oque dizer quando se sente tudo isso? Qual resposta? Eu te amo, só isso. E só isso é tudo isso.