Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Se essa rua fosse minha



Toda tarde era o mesmo ritual. O sol começa a se por e o garoto logo corria para dentro de casa.
Morava na rua do Bosque a beira do lago, quase a ultima casa. Um sobrado branco de madeira, que ficava de costas para o lago. Entrava correndo, subia as escadas e corria pro quarto. A janel dava visão do lago e do inicio do bosque.
E assim que o sol começava a se por e avermelhar o céu ele podia ver a visita sempre tão aguardada.
O imagem era linda, parecia uma pintura de tão tocante. O céu e o lago avermelhados, as sombras tomando conta das margens, das arvores e do pequeno bote de pesca. E lá das arvores do bosque vinha aquela pequena gotinha azul. Em grande contraste com o vervelho, laranja e preto da paisagem.
Aquele pequeno passaro vinha todas as tardes nos ultimos anos visitar a janela do menino. Certa vez ele tinha ajudado aquele passaro a se livrar de uma arapuca dos moleques da rua e lhe deu liberdade.
E desse dia em diante, na mesma hora mágica, o passaro voltava a janela do menino para
alegra-lo com belo canto. Um passaro azulado, um azul tão claro e brilhante que cada pena parecia um pedaço de cristal.
Ele vinha e pousava no peitoril da janela, cantava até o sol se por e assim que a noite tomava conta da paisagem e o cheiro do jantar fugia da cosinha e inundava a casa ele voltava para o bosque.
Nunca sem antes receber um beijo na testa, um pequeno agrado que o menino gostava de lhe conceder.
Foi assim por muito tempo, o sol começava a se por e o garoto corria para casa para ouvir o canto do passaro e beijar sua testa emplumada. E não importa oque estivesse fazendo ou com quem estivesse brincando, no por sol do sol ele corria para casa. Loo virou motivo de piada e ninguem na rua ou na casa em que morava entendia o motivo de tão incomum costume, mas nada faziam para empedir o menino de correr para seu quarto todo fim de tarde.
Certo dia o menino estava na janela como de costume, mas desse vez muitos outros vizinhos e familiares estavam em suas janelas e quintais olhando para a mesma direção. Diziam que aconteceria um fenomeno raro naquela tarde, chamado eclipse. Mas a preocupação do menino era se o passaro conseguiria chegar até sua janela com toda aquela confusão lá fora.
E alem disso a professora tinha lhe dito que por alguns minutos o sol ficaria coberto pela lua, oque deixaria tudo muito escuro, mas escuro que a noite. E quem poderia garantir que o passaro não se perderia em tamanha escuridão?
No momento em que começou o eclipse, e a primeira marca da lua apareceu no dourado sol, o menino viu um pontinho azul brilhar por entre as arvores e começar o já familiar trajeto até o beiral da janela.
Seu coração disparou, mas assim que a lua tapou todo o sol o passaro alcansou a janela e o menino suspirou aliviado. Mas nesse dia tão incomum, mais surpresas esperavam pelo garoto.
O passaro não pousou na janela, dessa vez ele invadiu o quarto e pousou bem no meio do comodo, como nunca tinha feito antes.
E estava mesmo diferente aquele pequeno animal emplumado, brilhava como um lampião e não parecia muito sólido. É como se fosse feito de luz! Era quase assombração.
Muitos meninos estariam apavorados nesse momento, mas não nosso homenzinho aqui! Esse, como todos já haviam notado, era sempre diferente.
Enquanto esperava-se que ele saisse corendo do comodo, ao ver que alem de brilhar o passaro começava a fica maior e cada vez menos parecido com um passaro, ele se aproximou curioso.
A luz diminuiu e em sua frente ele pode ver uma linda garotinha, de rosto claro, olhos grandes e vestido azul claro, tão claro que parecia cristal!
Ele ficou de boca aberta, pois ela era de uma beleza sem igual. Mas guando ele ia dizer algo ela fez sinal para que se cala-se, colocando o indicador direito sobre os lábios. Foi se aproximando passo a passo, e a cada passo dela o coração do menino disparava.
Ela ficou a distancia de um dedo e sorrio. E ,mal ele pode admirar a beleza daquele soriso ela lhe deu um bejo.
O garoto senti-se leve, feliz, empolgado, radiante, anestesiado...
Abriu os olhs com dificuldade. Estava deitado na cama mas não fazia idéia de como tinha ido parar lá!
Lembrou-se de tudo que tinha acontecido e julgou ter sido umsonho. Mas se era um sonho, com certeza ainda não tinha acabado. Assim que abriu os olhos levou um susto que o fez esquecer por alguns instantes dos fatos do dia anterior. Seu quarto, cobertor, mãos e até a paisagem vista pela janela... tudo estava cinza! Preto e branco como dizem dos filmes antigos.
E como se não basta-se isso, tudo estava assustadoramente silencioso.
Desesperado o garoto pulou da cama e correu para a janela. Ele viu passaros cantando, um canto mudo! Crianças correndo e gritando... mas o som não vilha. Ele estava surdo e em breve estaria cego! Era só qoue podia supor naquele momento.
Desceu as escadas chorando, imaginando se seus parentes iriam entender oque ele diria. Já que ele mesmo não poderia ouvir sua própria voz.
Desceu as escadas cinzas, passou pela porta da cozinha cinza e encontrou um vazio cinza. Sua mãe não estava em casa, tinha ido a feira conforme informava um bilhete cinza na tambem cinza geladeira.
Ele se sentou e chorou um choro mudo regado a lagrimas cinzas por alguns instantes. Era como se Deus tivesse lhe castigado, roubado toda sua alegria, roubado a beleza do mundo. Ele foi se desesperando cada vez mais e sentindo um vazio assustador no peito. Um vazio tão profundo que ele levou a mão ao peito para tentar amenizar a dor.
Então, mais um susto. Um desses que fazem parar o coração! Mas o garoto não precisou se preocupar com um parada cardiaca, pois aparentemente seu coração já etsava parado!
Aterrorizado ele pensou que estava morto, e que aquele mundo cinza e silencioso era o reino dos mortos.
Essa realidade fria e medonha pareceu fazer sentido naquela jovem cabeça, pois ele se levantou e enxugou as lagrimas. Pensou que se ele estava mesmo morto não adiantava se desesperar, era só tentar entender como funcionava as coisas naquele lugar tão diferente e tão familiar a sua velha vizinhança.
Pensou que a linda garota de vestes azuis fosse a morte e que aquele beijo fosse uma forma doce de se levar a vida ele andou até a porta da frente.
E para um garoto que achava já ter tomado todos os sustos possiveis, ele viu algo o imprecionou muito.
Fora os vizinhos que lá estavam vivendo suas vidas como sempre, e alguns até o comprimentavam e falavam coisas que ele não podia ouvir, ele viu que as pedras da estrada estavam brilhando como se fossem pedras preciosas.
Mas os vizinhos pareciam não notar. E após parar para olhar melhor, não eram todas, apenas parte da rua estava assim. Justamente a parte da rua que ligava a casa do garoto ao bosque. e embora a rua seguisse seu curso contornando o bosque a estada brilhante entrava no bosque. Mas no mundo em que vivia não existia estrada alguma para dentro do bosque.
Aquela manhã estava cada vez mais estranha.
Enquanto tentava entender algo, ele viu sua mãe com algumas sacolas se aproximar de casa.
Ela sorrio e lhe deu um bom dia mudo. Ele respondeu tentando sentir a vibração de suas cordas vocais para se sertificar que estava produzindo som, e parece que deu certo pois sua mãe sorrio novamente e através de leitura labial ele entendeu que ela lhe disse para ir se trocar para tomar café.
Ela entrou na casa e ele ficou ali tentando entender tudo oque acontecia.
Não podia estar morto! Sua mãe acava de ve-lo, e naõ se sentia morto tambem. Se sentia vivo... mas não comletamente vivo, faltava algo.
Mas oque. E resposta foi óbivia! Lhe faltava um coração.
Ele já havia ouvido em musicas romanticas e poesias que só o coração po ver a beleza da vida, mas nunca encarou isso ao pé da letra. Mas parecia ser verdade.
A falta de cor e som, o sentimento de vazio... a sua vida tinha perdido a alegria! De alguma maneira ele perdera o coração.
E a culpada parecia ser aquela manina com cara de anjo.
Ele se levantou bravo. Como ela ousou egar algo que não lhe pertencia? Ela não tinha esse direito!
Ele resolveu procura-la para reaver seu precioso coração. Fosse ela mulher ou passaro, ele sabia que ia encontra-la. Pois pareceu-lhe claro que aquele estranha estrada de brilhantes o levaria até a presença da angelical assaltante de corações.
Ele foi descendo a rua em passos largos, ignorando os vizinhos e amigos. Foi passando rápido, seguindo a estrada de brilhantes até entrar no bosque.
Ele nunca tinha ariscado entrar lá, os adultos sempre alertavam para que ficasse longe de lá, o bosque Solidão tinha esse nome por que quem entrava nele não mais saia, e lá padecia sozinho.
Muitas histórias de assustar até mesmo o mais bravo dos homens eram contadas sobre tal bosque.
Mas nada podia deter aquele garoto magricela que agora entrava no bosque de pijama.
Ele parou e observou a paisagem. Era escura e a falta de cores não estava deixando-a menos assustadora. Por um segundo ele pensou nos sofrimentos que poderia passar se entrasse lá, mas algo em sua mente lhe dizia que nada podia ser pior que viver uma longa vida sem a alegria de seu coração.
Respirou fundo e entrou. Estava cheio de raiva. como podia aquele passaro ser tão malagradecido?
Depois de tantas tardes juntos! Depois de tantos beijos naquela testa. Aquele ladrãozinho ia pagar! E conforme foi andando a raiva foi almentando e ele foi percebendo como é dificil ter sentimentos bons quando não se tem um coração. Ele estava cada vez mais frio e sério, parecia um adulto até!
Cada vez mais sério e mais bravo ele ia caminhando. Nem percebeu quando os tijolos de brilhantes acabaram, muito menos que estava andando sem direção. Pensava como um adulto, e adultos não se preocupam com a estrada a seguir e sempre acham que sabem a direção correta.
E foi seguindo pelos caminhos segos da raiva e da arrogancia até que algo lhe chamou a atenção e dispertou por alguns segundos o seu lado criança que já se perdia em meio a sentimentos rancorosos, desses que as crianças simplimente não entendem.
Ali na sua frente ele viu um urso de pelucia, muito velho e castigado pelo tempo, mas ainda um urso de pelucia. Mais adiante no chão alguns soldadinhos de chumbo, com as mais diferentes fardas e das mais longinguas guerras. Haviam bonecas, carrinhos, bolas e piões... Todos muito velhos e desgastados.
Olhando em volta ele percebeu que tanto no chão como nos galhos das arvores podiam ser vistos muitos brinquedos. Curioso com aquela cena ele decidiu andar mais um pouco para ver qoue mais encontrava.
Foi andando e descobrindo muitos outros objetos. Primeiro encontrou arvores repletas de chaves, grandes pequenas, simples e trabalhadas, todo tipo de chave que se pode imaginar. Encontrou tambem um campo de guarda-chuvas, todos jogados no chão como flores em um canteiro. Encontrou tambem uma arvore com canetas penduradas e outra com chaveiros.
Haviam arbustos de brincos e colares, e tambem uma trepadeira cheia de fotos e figurinhas. Passou por uma grande pilhas de cartas de amor nunca abertas, com envelopes tão enfeitados que ele não teve coragem de abrir. Encontrou muitos diários, sempre fechados com pequenos cadeados e pensou que talvez algumas daquelas chaves pudessem servir para abrir.
Foi seguindo e encontrando toda sorte de objetos, facas, relógios, meias...
E aos poucos foi percebendo era tudo que lá estava eram as coias que comummnete nós perdemos em nossas casas. Todos ali jogados na escura Solidão.
As arvores dali guardavam muitas outras memórias esquecidas. Nelas estavam marcados a facadas muitos nomes de apaixonados do passado, uns riscasdos, outros meio apagados, mas todos lá. Algumas margaridas tinham suas pétalas arrancadas pela suave brisa que lá soprava.
Uma a uma num infinito bem me quer mal me quer.
E foi aonpanhando cm os olhos uam dessas pétalas que o vento levou que o garoto viu uma estranha formação rochosa.
Foi se aproximando e percebendo que as pedras sobrepostas lembravam muito uma mulher que abraçava uma criança. Nada muito definido, como nas estátuas, mas lembrava muito esta cena.
E de dois orificios, que seriam os olhos da dama, escodiam inumeras gotas de água que caiam como lagrimas.
Essas lagrimas se acumulavam em frente das pedras e seguiam na forma de um fio d' água e desciam uma pequena inclinação.
Mais abaixo poia-se ver um pequenino lago, como esses que jardim e desse laguinho saia um riacho que descia para alimentar o lago que ficava na fronteira do bosque. Ou pelo menos assim supos o garoto.
Descendo em direção ao laguinho o garoto achou ter visto um estranho brilho avermelhado! Sim! A-ver-me-lha-do! Tinha cor naquele brilho.
Ele correu a tropicões naquela direção e se deparou com um balanço, desses que se faz com uma madeira e um pedaço de corda, e nele estava a menina que outrora foi um passaro.
Ela estava balançando destraida com seus longos cabelos negros e vestido azul, Sim, nela ele podia ver cores, todas as cores daquela anjelical beleza. Parecia brincar com algo que tinha nas mãos, parecia acariciar cuidadosamente algo que ele não podia ver, mas era algo brilhante e vermelho.
Seu celebro não identificou a natureza daquela luz ou o nome do objeto... mas algo dizia ao garoto que aquele era seu coração!
Ele correu em direção do balanço e a garota parou de balançar com olhos arregalados para ele.
Ela desceu do balanço e estendeu os braços em gesto de abraço, mas ele nem parou para tentar entender a cena com um jogo e corpo jogou a garota de lado e pegou a estranho bola de vermelha de brilho intenso de sua mão. assim que tocou aquela esfera ela pareceu entrar em sua pele, os sons do vento balançando as folhagens e as cores do escuro e frio bosque voltaram a fazer parte da vida do garoto.
Ele podia ver todos os tons de verde musgo que fromavam a paisagem e podia ouvir os sons do lugar. Na verdade podia ouvir apenas um som que tomava o ar. Era o choro da memnina, que dizia " Não se vá".
As vezes em nossas vidas passamos por alguns segundos que duram uma eternidade e naquele momento aquele manino passou por isso.
Toda a raiva e frieza se foram, ele lembrou dos bons momentos e se esqueceu dos maus. Lembrou daquela tarde em que salvou o passaro da armadilha, de todas as tardes seguintes em que ouviu o belo canto do passaro azul, do céu avermelhado, dos beijos na testa emplumada, do dia do eclipse e do beijo doce que recebeu da garota e até dos pequenos tesouros que viu na jornada até ali.
Foram anos de lembranças que se passaram no tempo de uma piscadela.
Olhou para o lado e viu a garota com os rosto cheio de lagrimas e sorriu. Se ajuelhou ao lado dela e secou suas lagrimas com a manga do pijama. Olhou profundamente nos olhos da garota e lhe deu um suave beijos na testa.
Ela o abraçou. Não disseram uma palavra, mas foi um daqueles abraços que valem por paragrafo inteiros. Terminado o abraço ele bagunçou os longos cabelos negros da garota e ela ficou com o rosto vermelho e um sorriso envergonhado.
A arota, com sua voz de roxinol, perguntou a ele se ficaria ali para sempre. Ele sorrio um riso misterioso, raro no rosto de crinaças e disse que sim e não.
Ela coçou a cabeça e ele se aproximou dela para explicar. Disse que sairia da floresta, que não poderia viver longe de sua familia e amigos. Ele não podia sacrificar o resto de sua vida por ela.
As lagrimas voltaram a jorrar dos lindos olhos da menina.
Ele continuou, segurando as mãos dela. E tambem não posso deixar contiigo minhas alegrias e meu calor, por que preciso deles pra viver lá fora. Um mundo sem alegria é assustador, disse ele.
Ela olhou para o chão, disse que se ela roubou seu coração, era por que ele havia roubado o dela tambem. Que sem ele a vida era cinza e fria.
Ele a abraçou. Disse que ela nunca estaria sem ele, que podia continuar visitando-o por toda vida.
Todas as tardes na mesma janela.
Ela se afastou. Olhou para ele com uma mistura de medo e vergonha no rosto e começou a explicar sua historia.
Ela era um anjo que Deus enviou para terra para que cuida-se de tudo que foi perdido, esquecido e abandonado. Deu a ela uma floresta e disse que este seria seu lar e reino, tudo seria possivel a ela enquanto ela estivesse na floresta. Mas que advertiu que ela jamais deveria deixar a floresta, pois fora da fronteira do bosque ela não sobreviveria.
Mas com os anos ela ficou cada vez mais curiosa pelos humanos que viviam fora das fronteiras do bosque e pediu a Deus que ele deixa-se ela sair para conhece-los.
Ele deixou que ela saisse com algumas condições.
Ela poderia sair apenas uma vez por dia, durante os minutos que os homens chamam de entardecer. Teria a aparencia de uma bela ave, mas seria capaz de mostrar sua verdadeira forma ou de falar com os humanos. Assim que a noite se iniciasse ela deveria estar de volta ao bosque ou esse seria seu fim. E uma vez a cada 15 anos, durante o eclipse lunar, seu poder não teria fronteiras e ela poderia usar sua mágica entre os homens.
Após contar sua história ela esperou uma reação do garoto. E essa reação demorou a vir.`Por alguns minutos ele tinha esquecido aquela loucura toda e só tinha se preocupado em fazera garota parar de chorar. Mas agora a realidade voltava a atormentar a cabeça simplista do garoto e nada fazia muito sentido.
Bosque magico, menina anjo, poderes magicos... mas eram boas explicações para aquela loucura toda.
Ele sorrio um riso de moleque levado e disse que não importava se ela era passaro, anjo ou borboleta. O importante é que ela era muito bela e cantava muito bem.
E que sua musica sempre faziam suas tardes felizes.
Disse tambem que não se importava em esperar mais 15 anos para ve-la como via naquele momento, só se importava em ve-la todo dia. Não importando a forma.
Ela agradeceu as palavras e disse que estava ficando tarde e ele deveria correr para casa para não se atrasar para o encontro com um certo passaro azul.
Ele riu e correu na direção que ela apontou se despedindo com um selinho timido.
Foram apenas algusn passos e ele saiu do bosque e ao olhar para tras não viu nada alem de arvoes espassadas e um luz alaranjada que começava a invadir as sombras do bosque.
Era o entardecer. Ele correu para casa, ainda de pijama, imaginando que as vezes a vida é um sonho engraçado. Aquela tarde o passaro veio a sua janela com uma cartinha no bico e quando recebeu seu beijo de despedida voou até o ombro do garoto e esfregou suas penas cristalinas no pescoço do menino.
O passaro se foi e o garoto abriu a carta, nela podia-se ler:
"Qualquer um pode roubar um coração.
Mas são poucos os que tem a coragem de perdoar o ladrão. "
(Esse texto é uma história que mora em minha memória a anos. Desde pequeno, sempre que eu escuto a cantiga "Se essa rua fosse minha", eu imagino essa história. E como ouvi a cantiga ontem, resolvi escrever o meu pequeno conto. Para aqueles que não conhecem a letra da cantiga, ou só conhecem metade:
E uma dica, cantem separando silabas e bem devagar! Ela fica mais bonita, embora mais triste.)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ritual

Abro os olhos. E ainda meio desfocados começo a ver os mesmos móveis de madeira antiga, todos apertados no pequeno quarto ainda escuro. Escuridão que sempre me traz a mente os deslises e defeitos do dia anterior.Me levanto com cuidado, costume justo para aqueles que dormem na cama de baixo de um beliche. Sentado na borda da cama, levanto a cabeça reclamando do sofrimento que é ter que levantar cedo, com os pés procuro pelo tato meus chinelos. Olha para meus criados mudos, e em cima deles vejo uma coleção de lembretes. Meus amigos sorindo em uma foto, um dragãozinho me lembra o soriso da dama que gosto e o relógio me lembra que não tenho tempo a perder com recordações.
E quanta recordações, todos os dias minha vida inteira passa diante dos meus olhos. E muitos dos meus erros pesam nos meus ombros. Não aprendi a perdoar, nem a pedir perdão.
Levanto e agradeço a Deus por ter conseguido esse feito. Na minha filosofia o mais dificil é levantar da cama, depois disso nenhum desafio é intransponivel.
Pego meu travesseiro e de dentro da fronha retiro três colares de conta, guias de proteção como diz minha religião. As coloco com cuidado e as admiro por uns instantes, passaram o resto do dia comigo, escondidas sob minha camisa. Mas é algo importante para mim saber que estão comigo.
Pesso aos céus força, sabedoria e paciência, oque tenho melhor mas não custa reforçar.
Um grande bocejo, uma balançada forte de cabeça, fechou os olhos bem fechados e os abro enquanto jogo a cabeça para tras. Digo a mim mesmo "Vamos lá!".
Dou uma olhada no visor do celular e confirmo as horas, sempre procuro ver se me ligaram, mas nunca ligam! E quando ligam, não era quem eu queria que fosse.
Saio do quarto com passos ainda sonolentos. Jamais estou bem disposto após uma longa noite de sono. Sou como os lobos me sinto se dormir umas três vezes ao dia, porem sonecas curtas.
Desço as escadas, e aqui mais uma semelhança com os lobos, não vivo sozinho.
Antes mesmo de chegar ao banheiro já escuto um alegre bom dia, normalmente acompanhado da pergunta "Caiu da cama?". Todos os dias, as mesmas frases. Minha avó.
Um velho sentado na cabeceira da mesa grita! Fala Tico!
Eu não sei ao certo qual o significado desse Tico, mas respondo o melhor bom dia que consigo entre pequenos bocejos.
Escovo os dentes, lavo o rosto e olho no espelho. Pode parecer loucura para alguns, mas me acho lindo! Abro um belo soriso para mim mesmo, coloco finalmente meus óculos e me considero acordado.
Volto para a cozinha, bagunço os poucos cabelos que ainda vivem na cabeça de meu vô e beijo a testa de minha vó.Alguns dedos de prosa, brncadeiras e um pouco de carinho. Duas pessoas que me ama simplismente por que amam, um amor injustificavel e que eles jamais tentaram negar ou esconder. Se todos amassem assim, se eu amsse assim. Quando este pensamento vem, logo levanto para abraça-los. Eles dão risada, minha avó me belisca forte. Dói, mas eu me sinto mais vivo.
Eles se arrumam para ir caminhar. Eu preparo meu caé com leite na velha xicará quebrada. Bebo o quanto conseguir, o resto acaba no fundo da pia. Lamento muito pelo mal que fiz a mim mesmo, mas não adianta chorar. É dificil comer algo nas primeiras horas depois de acordar. Alguns segundos e um arroto diz que o estomago acordou, e assim como o dono ele sempre amanhece de mal humor.
Volto para o quarto, arrumo o material que utilizarei no dia. Jogo o cobrtor sobre a cama e tento me convencer de que isso é arruma-la.
Vou até um cantinho especifico do quarto. Ajuelho e peço a deus calma e tranquilidade de pensamento, para mim e para os meus. Nesse momento sinto falta de algo... um afeto, um carinho, uma abraço! Queria que pelo menos uma pessoa estivesse ao meu lado. Desejo que alguem sinta minha falta da mesma maneira que sinto.
Levanto olho em volta e não encontro oque procuro, só a velha mobilha castigada pelos cupins.
Mais uma vez desejo que alguem em algum lugar tbm esteja sentindo falta de mim, E olho para o telefone sabendo que ele jamais irá tocar tão cedo, mas não custa sonhar. Pego minhas coisas, saio do quarto, fecho a porta. Desse momento em diante eu serei uma fortaleza pelo resto do dia.
Nada irá me desanimar, nada irá abalar minha fé.
Que venham os aflitos e necessitados! Que venha a vida! Estarei preparado.
Esse é o ritual que me prepara para um novo dia. Pode não fazer sentido, mas pra mim acordar é como resnascer a cada dia.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Seu Jorge de Araujo



Mais uma vez confere as malas. Nada pode ser esquecido, principalmente as lembranças daquela cidade santa. Olha pela janela do hotel e vê as ruas estreitas de casas antigas pela ultima vez.
Não.. não sera a ultima vez. É isso que pensa enquanto se prepara para partir.
Um rápido café da manhã, cheio de rostos sonolentos, e lá esta ele sentado na poltrona 33 do onibus que parte para a capital do país.
Pela janela ele vê as ultimas imagens da cidade que tanto gostou de visitar. Demorou uma vida inteira, mas valeu mesmo a pena ter enfrentado a viagem.
Ao sair da cidade a ultima imagem da basilica, agora pequena como uma capela. Ele faz o sinal da cruz e pede para ter uma boa viagem.
E começa a viagem do senhor Jorge de Araujo a cidade de Brasília. Uma longa viagem, que mesmo em poltrona macia, é muito desconfortavel.
As sonecas são intercaladas de converssas animadas sobre tudo que foi visto na bela cidade e da beleza inigualavel do Vale do Paraiba. E em uma das paradas ele aproveita para brincar com o companheiro de viagem que não aguentou acompanha-lo em suas caminhadas.
As piadas acabam com duas chicaras de café, uma para cada, pagas por ele mesmo.
Após dois dias de viagem e muita conversa, eles entram nas grandes e largas avenidas da capital da nação.
Os olhos agora viam os prédios brancos da cidade planejada, e a mente brincava com o contraste que aquela modernidade causava quando comparada com as estreitas ruas da antiga cidade de Aparecida.
Despedidas e abraços. Novos e velhos amigos que se despendem depois de uma semana muito alegre e reconfortante. Nada como exercitar a fé e a amizade de uma só vez.
E as pernas! Não vamos esquecer das pernas, que estavam doloridas da viagem. E exatamente pela dor nas pernas ele se apressa a ir para casa e receber seu merecido descanço.
Chegando em casa o sentimento de "lar doce lar" inundou seu corpo e seus olhos ficaram felizes de ver os sorrisos que vinham das fotos espalhadas pelas paredes do apartamento. .As malas sõa largadas num canto e logo ele se deita para descansar. O sono de alguem exausto de felicidade.
Mas logo o sono acaba e a realidade volta.
A vida setorna rotina e as lembranças antes tão vivas, passam a suaves recordações.
Com o passar dos dias as malas são pouco a pouco desfeitas e tudo começa a parecer apenas cenas de um passado distante. Mas entre as roupas e bibelos que comprou na viagem ele encontra a velha camera.
Aquela que o acompanha a Tantos anos e que já o ajudou a encher a casa de belas paisagens e risos cinseros.
Leva as fotos para revelação e quando volta para casa com as fotos no envelope, senta-se e o abre. Dele tira as fotos da cidade santa e dos amigos que o acompanharam na longa viagem.
E meio que perdida antre as fotos de rostos conhecidos surge uma diferente.
Nela Jorge vê um jovem casal, soridentes e abraçados. Soriso apaixonado e aquele soriso de quem esuqeceu que o mundo tem problemas.
Ele para para pensar como estariam aqueles dois jovens que foram tão simpacicos com ele.
Estariam bem? Estariam juntos?
E sem perceber, lá estava ele imaginando inutilmente como seria a vida do tal casal.
E passou-se varios minutos ali admirando aquelas duas figuras alegres abraçados, ambos com um terço de madeira nas mãos.
Imaginou uma vida boa e tranquila para aquelas figuras, uma casa grande e confortavel, amigos, viagens, filhos, uma aposentadoria feliz e quando eles estivessem velhinhos ele imaginou que eles poderiam estar lá na cidade santa recebendo a ajuda de outro jovem casal...
E assim se passou boa parte do seu dia, imaginando uma história da qual ele é personagem, mesmo que figurante com poucas falas, e jamais saberia o final.
Assim como eu que acabei de contar a vocês a minha visão do que poderia ser a continuação de um encontro inesperadoque aconteceu esse fim de semana.
Jamais saberei oque aconteceu com o senhor Jorge ou com a tal foto que ele tirou de mim e da moça... mas gosto de imaginar que ele esteja feliz em uma casa confortavel pensando que eu estou feliz em um casa confortevel...
Mas na verdade essa vai ser uma história da minha vida que eu jamais poderei contar. Pois não tenho como saber onde a tal foto foi parar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Melhor que se sentir protegido...

É proteger alguem!


Sono, tristeza, saldade, raiva, incerteza, desilusão, decepção, solidão, abandono, carencia, fadiga... E muitos outros males são curados com um abraço bem forte... Deses que não deixam espaços para nada, muito menos para pensamentos ou palavras. Uma abraço e mais nada.
Um abraço carinhoso no momento em que mais precisavamos dele, não tem preço!
(O engraçado é que essa imagem apareceu do nada no mei de outras imagens em minha pasta, não sei de onde veio ou quem baixou ela... mas o engraçado é que se eu tivesse visto ela em algum lugar, com certeza, eu iria querer copia-la pra mim. Meio romantico-patética, talvez até afeminada e infantil... mas traduz de maneira simplista um sentimento que ,acho, todo mundo já experimentou.)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ele se cansou de olhar pro chão...

"Feito um milagre naquele momento
Ele se cansou de olhar pro chão
Se recusou a lamentar
E abriu outra porta do coração"
Eu tentava me distrair , sentado nos degrais da escada, com as rachaduras do chão. Inutilmente.
Já perdi a conta de quantas vezes me vivi essa cena. Um chão sujo, um silencio disconfortante, muita raiva no coração. Diversas vezes eu pensei em partir, mas uma mistura de esperança e sentimentalismo me prendiam ao chão.
Eram muitas rachaduras, embora pequenas. Muitas pessoas passam por elas diariamente, mas creio que existam pouquicimas que parem para se preocupar com elas. Sim, eu voltei a falar do chão. Mas poderia dizer o mesmo de mim...
É sempre assim, tento me distrair para não encarar oque esta na minha frente.
Naquela tarde era o caminho de casa. Sempre que levantava a cabeça eu via o caminho de casa, onde eu poderia fugir do mundo e viver em u paraiso de falsas conquistas, graças aos mimos que lá recebo. Mas como eu disse, não conseguia me levantar de lá.
Uma vez no chão é sempre dificil levantar, nem que seja por preguiça.
Estava no meu limite, cansado de brigar por nada, de jamais vencer, de não merecer , de não conhecer o lado bom da vida. Hunf!
Mentiras... estava cansado de ouvir estas mentiras. Jamais briguei por nada, fui vitorioso sempre que me foi possivel vencer, fiz por merecer, nunca aboandonei o lado bom da vida.
Se eu ainda estava lá sentado é por que acreditava de corpo e alma que algo mudaria.
Se para a melhor ou pior, eu não sabia. Mas seria corajoso e pagaria para ver.
Ver... no chão, ao lado das rachaduras, fica uma faixa guia para cegos. Uma faixa em relevo para ajudar os cegos a se guiar. Olgo invisivel para eles, mas que com um pouco de sensibilidade eles poderiam encontrar as indicações do caminho correto
E eu lá, procurando a minha faixa guia. Naquele momento me senti cego, pois não podia ver nem se quer um palmo do meu futuro.
Quantas pessoas me advertiram que eu não deveria fazer oque fiz. Desistir não é sinal de fraqueza, e sim de sabedoria. Bobagens...
Tudo que eu podia ver, ouvir, pensar e sentir não passavam de bobagens.
É um processo doloroso o de se entender e admitir seus sentimentos e opiniões para você mesmo. Ai ai... A escada tinha um corrimão, desses que servem para ajudar as pessoas a não cair.
Eu queria ter um corrimão sentimental aquela hora, senti falta de um amigo neutro. Como o corimão, que nunca pergunta o porque de ter que servir de apoio. Alguem que apoie só por apioar, sem sentimento. Mas graças a Deus eu nãoconheço ninguem assim.
Amigos servem para nos ajudar, e as vezes a melhor maneira de nos ajudar é não estando por perto.
Essa foi uma delas. Eu tinha que decidir sozinho. Eu podia ter ido embora...
E ate tentei partir, mas algo no fundo do meu eu dizia que não era hora de partir. Ficar e enfrentar sempre foi minha estratégia favorita,mas naquele momento eu só queria me ver longe.
Olhei um pouco a frente. Grama! Verde e aparentemente macia. Dessas que parecem um tapete, e quendo você deita não quer mais levantar.
Logo me imaginei deitado, descansando e vendo as nuvens passar. E tudo que estava acontecendo ia se dicipar, parecer um sonho... ou um curto e desemportante pesadelo.
Como sou too quando estou confuso.
Nem vi a grade que me separava da grama. Não era alta e tão pouco resistente...Ñão era nenhum obstaculo intransponivel, mas estava lá!
Assim como na maioria dos problemas de nosas vidas, não são grandes, nem fortes e muito menos resistentes, mas nós tememos derrubar eles mesmo assim.
Minha cabeça já estava estourando. Aquele silencio ensurdecedor!!!
Um silencio que me tirava do sério, me irritava muito mais do que as vaias e criticas tipicas da multidão.
Cheguei ao meu limite, resolvi partir. Decidi seguir meu rumo. Juntei minhas forças, tensionei meus musculos, iniciei o movimento de me levantar, me cansei de olhar pro chão. Mas ao levantar a cabeça...um milagre! Eu finalmente cansei de olhar pro chão.
N notei algo estranho naquela escada. Uma garota.
Parecia tristete e feliz, confusa como eu talvez. Ela disse algo que não entendi.
Pedi para repetir, novamente a voz veio baixo demais para que minha cabeça conturbada racionaliza-se oque estava ouvindo.
Repetiu uma terceira vez..."Fi...ca comi...go..."
Tudo fez sentido, valeu a pena. O chão não tinha rachaduras, era só desgaste natural. O corrimão passou a só segurar aqueles que não conseguiam seguir sem ajuda. A faixa para cegos passou a ser util apenas para os que não podem ver e escolher claramente seu caminho. A grama só estava bonita pois era protegida pela cerca. A cerca só estava lá para nos lembrar de respeitar a grama. Eu já podia levantar. Levantei, e dei a ela um abraço.
O silencio continuou, mas não era mais ruim... estava cheio de frases boas e tolas... frases que o devido ao extase do momento não encontraram o caminho para serem verbalizadas. Mas estavam lá, mudas... mas cheias de significados.
Me recusei a continuar lamentanado e abri outra porta do coração!

domingo, 10 de maio de 2009

Coisas da vida

Hoje foi dia das mães... mas eu nunca me importo com essas datas comemorativas. So com o natal, mas não vamos perder tempo falando sobre isso.
O fato é que hoje eu poderia ter feito milhões de coisas legais.
Podia ter ido viajar com uma bela morena, podia ter ido em varios churrascos diferentes, ter ido no cinema, ou algum parque... milhões de coisas legais mesmo...
Mas a vida é estranha, e por motivos afetivos que eu não controlo eu foi obrigado a visitar a casa de minha mãe.
Estava esperando encontrar uma tonelada de crianças, comida estranha que eu nã como, musica ruim, bebidas que eu não bebo e muita confusão e brigas (que eu obviamente não gosto).
Fora que o lugar é longe pacas!
Não entenda mal, visitar minha mãe costuma ser legal, nós conversamos, ela cozinha alguma coisa que eu goste e eu fico brincando com minhas maninhas até minha coluna começar a pedir socorro... mas festa em familia é algo que eu não suporto.
Embora sempre acabe indo voluntariamente para essa tortura... hoje foi assim.
Mas dessa vez não foi como o esperado! As coisas foram um pouco diferentes.
A comida, musica, bebida e todo o resto estavam presentes, mas tinha algo que desviou minha atenção da baderna familiar.
O cachorro Pêto da minha irmã. Ele estava muito doente, num estado lamentavel. Nem liguei pro resto, esqueci até o motivo da visita... queria saber do pobre cão doente.
Ele estava ruim a 4 dias e o estado era preocupante, mas mesmoa assim não tinha recebido nenhum atendimento.
Logo resolvi motivar as pessoas a procurar um veterinário, consegui um carro, motorista e até uns panos pra enrolar o animal. No fim até um cestinho pra colocar o bicho apareceu!
Não foi facil encontrar um veterinario que gosta-se mais de cachorro doente que da própria mãe, mas achei um!
Foi medicado, foi receitado remédio e eu segui tudo a risca. Cuidei dele com todo cuidado do mundo. No fim da tarde ele já estava andando e sem sinais de emorragia que apresentava.
Pode não ter sido um dia dos mais divertidos, embora eu tivesse tido tempo para fazer minha mãe sorrir e brincar com as crianças.
Dessa vez eu senti que tinha ido lá por um motivo! E um motivo bem mais nobre que comemorar uma data besta qualquer.
Tinha ido para salvar a vida de um amigo animal!
E mesmo assim ele morreu...
Todo meu esforço em salvar ele...
Não adiantou, valeu a pena e faria tudo de novo... mas não adiantou.
E eu fiquei com um sentimento de vazio muito maior que o normal, alem de ter ido para um torturante evento em familia... eu fui incapaz de salvar o cãozinho.
Eu mediquei, cuidei, rezei... fiz tudo que podia. E mesmo assim faltou algo...
Eu podia ter ido viajar com uma bela morena, podia ter ido em varios churrascos diferentes, ter ido no cinema, ou algum parque... milhões de coisas legais mesmo...
Mas após a perda do cachorro eu vejo que a unica coisa que eu realmente queria ter feito hoje era ter salvo a vida do meu amiguinho.
Isso sim seria legal, todo o resto eu ainda posso fazer... mas brincar com aquele cachorro, passear com ele, dar banho... isso não da mais.
Eu não o conhecia, só o vi 3 vezes na vida... mas se tivesse salvado ele hoje eu daria mais valor ao bicho.
É ai que eu fico pensando em como a vida é fragil e curta. Quando eu sai ele estava melhor, achei mesmo que iria ficar bem... e agora ele já não esta dessa lado da vida!
Morreu sem que eu tivesse tido a chance de conhece-lo.
E isso me assustou muito... quantas vezes isso acontece por dia? Quantas pessoas morrem sem eu ter conhecido? Quantas pessoas morrem ser você ter conhecido?
Nesse exato momento uma pessoa muito interesante, simpatica e super legal, dessas que você passaria a vida inteira, morreu por algum motivo estranho e você perdeu todas as chances de conhece-la!!!
E o pior não é penssar na falta que o desconhecido lhe fará... o pior é saber que diante dessas fatalidades nós não temos como nos explicar ou como justificar...
Diante de nossa impotencia nós só podemos dizer:
São coisas da vida! E ir contabilizando e administrando as perdas que sofremos. As que chegaram ao nosso conhecimento e as desconhecidas.
Um professor disse uma vez:
"A vida é um jogo onde ninguem ganha! Mas todos disputam para ver quem perde menos."
De muito valor ao que você tem e gosta pois, infelizmente, a tendencia perder.

Em memória de Pêto, o cachorro macumbero.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Carta aos Meus

Qual sacrificio, crime ou pequeno delito não cometemos em busca da felicidade?
E quem entre nós pode julgar oque é, ou não é, correto?
Existem aqueles que logo aprendem com teus erros e aqueles que precisam errar muito antes de mudar de opinião. Qual desses esta certo?
Não me sinto capaz de julgar... mas creio que me enquadre melhor no segundo grupo. Eu custo desistir dos meus projetos, principalmente quando existe duvida sobre o desfecho desses projetos.
E sempre estou disposto a brigar e defender minhas idéias, sonhos, desejose planos... simplismente nãosei desistir se ainda axiste uma pequena parcela de chance que conseguir a vitória.
Sou do tipo que joga na Mega-sena achando que va ganhar, e fica triste quando não ganha.
Não só parece bobeira, como até mesmo eu acho que é. Mas sou assim, meio bobo.
Por mais que me ataquem, humilhem, critiquem ou atrapalhem... eu sigo o caminho que escolhi. E devo admitir que não escolho caminhos muito comuns!
Quando todos vão pra direita, com certeza eu serei o louco que vira a esquerda! Talvez seja só um caso terminal de falta de direção...
Mas eu encaro como força de vontade! Eu gosto de lutarpelo que me faz bem,por mais que não pareça.
Mas essa força de vontade está se tornando algo deveras ruim... pois esta afastando de mim os meus.
Aqueles que em algum momento da vida ganharam um grau de importancia tamanho, que hoje, eu não sei falar de mim sem falar deles.
Portanto aqui vai a carta, que escrevo para os meus:

Caros amigos, desculpem se meu jeito irritante lhes corroi os nervos. Mas sou cheio de energia e sou muito bom em transforma-la em palavras!
Milhares de palavras que eu guspo a todo momento em vossas caras. Muitas vezes de maneira tão incompreencivel que não passam de barulho.
Sim, sei que no fundo eu não passo de barulho! E como faço barulho!!!
Não sei dar um passo sem fazer disso um evento mágico, incrivel, inesquecivel... eu almento demais as histórias, e por vezes, me perco nelas.
Coisa de criança... mesmo com 22 anos nas costas!
Me empolgo facil com coisas novas e perco o interesse com mesma facilidade, sou meio instavel.
Gosto de reclamar da vida e de ficar falando coisas tristes, as vezes para ver se recebo uma parcela maior de atenção... as vezes por tristeza mesmo!
Sou carente!!! Sim como muitos que vivem nesse planeta abarrotado de gente, eu me sinto só!
E minha maneira de fugir dessa solidão e mergulhar num mar escandaloso de discursos, piadas e histórias.
E podem até não me respeitar, mas respeitem minhas histórias... não vejo por que me prender a veracidade, são só histórias!
Contos que eu conto...
E devo admitir que não sei por que me desculpo por ser eu mesmo... mas me desculpo mesmo assim!
Nasci assim, cresci assim e ao que tudo indica... morrerei assim! Posso aliviar um ou outro ponto, mas o bruto mesmo não da pra mudar.
Acho que serei sempre essa criança feliz carente de atenção...
Mas vá lá! Tenho qualidades tambem... ou pelo menos espero que alguem concorde com essa frase.
Por mais que eu já tenha pedido mil votos de confiança... custa tanto me dar mais alguns?
Quantos votos eu já dei? Quantos absurdos teus e já presenciei?
Agradeço do fundo do coração que se importem comigo! Mas entre voces são poucos que tem coragem de me enfrentar em converssa aberta e tentar entender, ou apenas ver a rela natureza, dos problemas.
Não tenham medo de falar comigo, sou baixo, magro, ligeiramente educado e não mordo! Fora que mesmo que me magoem... eu souestupido a ponto de sempre perdoar! E me machucar a ponto de me importar com o ferimento é em dificil.
Então não engulam a seco! Falem por favor.
Tem coisa que eu posso explicar, outras eu posso até mudar... mas se não me procurarem não vão ver diferença.
Por que pra mim ta bom assim, tem sempre um ou outro ponto meio confuso. Mas confusão é oque eu faço com mais facilidade nessa vida, vivo arrumando confusão.
E nem sei bem como ou por que...
E lembrem-se, amigo não é só aquele que está junto nos piores e melhores momentos... ele tambem participa. E de preferença torce a favor... mas nem sempre escolhemos o caminho certo, então é justo que as vezes exista torcida contra nossas decisões.
Mas me procurem... Pra variar eu tenho muito a dizer, basta vcs terem a paciencia de escutar!
Um grande abraço a todos, amo vocês!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Equilibrio !!!

(definição do dicionário)
1. Estado dos corpos em que atuam forças iguais e contrárias, de resultante nula.
2. Igualdade (entre duas forças antagonicas).
3. Paridade.
4. Fig. Harmonia; proporção.
5. Fig. Prudência;
(minha definição)
1. Estado em que se consegue pensar no que quer, sem ter o pensamento interrompido pelo que realmente quer.
2. Ocorre quando a força de vontade e a auto-confiança conseguem deter todos os ataques da vida.
3. Não é nulo! E sim uma das coisas mais valiosas na vida.
4. Não é natural. Exige muita dedicação e esforço de ambas as forças atuantes.
5. O dicionário diz que equilibrio está ligado a prudencia. Mas eu digo que busca-lo não é prudente, pode ser ariscado e perigoso... mas que vale a pena vale!