Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



sábado, 24 de dezembro de 2011

A Sereia de Sebastião

Existem basicamente dois tipos de histórias de sereias. As que terminam bem e as que terminam mal.As primeiras são menos numerosas e mais famosas, as de segunda categoria são muito mais numerosas, embora tenham fama só entre os que moram a beira do mar e nele ousam se aventurar. Minha história não é se encaixa em quase nada, ou em tudo talvez, de certo não sei...mas de uma coisa eu sei. Era ousado o tal de Sebastião. Se dizia marinheiro, mas era só mais um pescador. Chamava de Audaz seu "navio", que era um velho veleiro. Nunca fora mas longe que a linha do horizonte, mas sentia conhecer as águas do mundo inteiro. Vivia em fantasias o pobre Sebastião, contava suas histórias nos bares perto o cais . As moças se riam com seus gracejos e os homens se divertiam com suas mentiras. Foi assim a vida inteira, até chegar aquele dia.
Os mais chegados dizem que ele saiu já mudado, pro mar naquele dia. Eu digo que era o mesmo que ia pescar todo dia.O fato é que a noite chegou e nada se soube de Sebastião. E assim foi, por quase meia estação. Muitos já o davam por morto e o casebre de moço como abandonado, quando no horizonte surgiu a vela do conhecido Audaz. E no timão vinha alguém que um dia pode ter sido o nosso velho Sebastião.
Para todos os fins, era mesmo o "marinheiro" do cais, mulherengo e falador. Mas que não era o mesmo, não era não senhor. Parecia mais moço, mais contente, mais forte. Como se os dias no mar lhe tivessem devolvido anos de fartura que o tempo levou, e que na verdade nunca havia dado. Jamais se vira um homem simples e trabalhador taõ feliz e bem cuidado. como se não lhe faltasse alimento nem tivesse a preocupação do trabalho. Chegou como se tivesse zarpado ontem, sem dar satisfação. Mas esteve fora por dias e sua volta causou comoção; E logo lotaram o bar para ouvir a história que prometia ser boa, mas para a decepção, foi curta e nada contou.
"Encontrei o tesouro de um rei e o fim de um reinado" foi só o que falou Sebastião. Muitos reclamaram, alguns se sentiram traídos, mas eu admito que a ninguém ele devia satisfação. Embora minha curiosidade me roesse por dentro.E depois de muito buscar, encontrei algo que não pude acreditar. Embora deva ser mesmo a explicação.
Sebastião se perdeu no mar num pé d'água que veio e foi do nada. Disse que o Audaz tombou com a força da água. E ele ali a deriva sem ter a quem socorrer, ouviu um cato muito bonito que o fez esquecer do naufrágio. Subiu no casco virado e viu uma beja menina de olhos claros, cantando descontraída no mar. Ao velo parou decantar e o cumprimentou, perguntando como pretendia virar o barco e partir.Ele galante disse que ao vê-la já não desejava partir. Ela sorriu. E eles passaram a conversar. 
è ai que a história fica difícil de acreditar, pois até onde sei Sebastião passou dias a conversar. Admirava a beleza da sereia e esquecera do mundo e tudo mais. Não sentiu fome, nem frio, nem viu a dança continua do sol e da lua. Tinha apenas olhos para a sereia e ela para ele. Mas após todo o tempo um contemplando o outro, algo despertou sebastião e ele acha que foi a proximidade da mudança de estação. Sendo isso ou não sebastião despertou e disse que teria que voltar, a sereia pareceu não entender ou não aprovar. 
Ele decidido virou o barco com a força que ganhara nos dias que estivera ali a deu um jeito de voltar. A serei se limitou a avisar que não estaria a esperar caso ele resolvesse voltar.Bom é claro que muita coisa falta nessa história, e que tudo nela é difícil de acreditar. Mas uma coisa eu não nego, existiu nisso tudo alguma magia e isso é fácil de se comprovar. Pois os dias que seguiram ao retorno de Sebastião foram tristes para o rapaz. Primeiro ponto de tristeza foi Audaz naufragar no cais. E de lá pra cá o moço sebastião tem estado cada vez mais triste e e curvado, como se cada dia valesse por tês ou quatro. Abandonou o mar e não se diz marinheiro, fica no par lamentoso a contra lorotas na esperança de ganhar um dinheiro.
Quando lhe perguntei se algo lhe afetava, ele disse ser saudade. E me alertou com um um ar de seriedade:
"Alguns tesouros são realmente incríveis, fazem a vida valer a pena. Mas não existe nada perfeito. è preciso ser um grande homem para compreender que seu maior tesouro tem um defeito.Eu não fui."
Não creio ter entendido tudo que ele deve ter dito nas entrelinhas da frase.Mas analisando por cima o tesouro era ela, o defeito foi ciumes e a amargura é mesmo a saudade. Ai você vem dizer que essa história termina mal, e eu digo que não termina por que ainda não terminou.  O tempo da vida de Sebastião e de sua sereia ainda não chegou ao fim. E ambos ainda tem chances de fazer um final feliz. Essa é uma história de sereia de um tipo diferente, pois ainda não tem fim.

2 comentários:

Applegirl disse...

Quero saber o fim dessa história ainda =)

Colecionador de histórias! disse...

Bom... o fim dela ainda vai demorar MUUUUUIIIIO pra chegar.