Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



sábado, 12 de setembro de 2009

No beco dos aflitos

Fiquei parado encarando a faxada. Era a mesma igreja do passado, escura e fria. O mesmo beco sujo, o mesmo vento estranho. Os poucos que estavam na travessa pareceram ignorar minha presença.
A porta de madeira velha, a parede cinza e desgastada, a pouca pintura que resistiu ao tempo, era a mesma daquela noite fatidica. A mesma daquela manhã de grande estupidez. O mesmo frio na espinha, o mesmo arrepio. Posso estar ficando louco, mas o beco sorriu alegremente ao me ver entrar. 
Andei até as grades, li os recados que lá estavam. Também eram os mesmos que lá estavam no passado. 
Mentalizei oque tinha a dizer e comecei a falar. Com calma, dessa vez tinha que ser direito, para não ficar nada inacabado. Me desculpei pelas brincadeiras do passado. Me apresentei como um homem mais maduro e ciente das consequencias dos meus atos. A cada palavra parecia que o beco ria, mais e mais. Agradeci a oportunidade que os erros que lá cometi me deram para melhorar a amadurecer. Me despedi e ao sair a igreja parecia tambem me dizer obrigado.Meu ultimo pensamento antes de sair foi: "Não adinata tentar bargalhar milagres, só podemos ter aquilo que, com nosso esforço, fazemos por merecer." E posso dizer que até senti uma despetida do tipo:
"Volte Sempre".Não devo voltar mais, igrejas católicas não fazem meu estilo. Mas é um bom lugar, talvez algum dia passe pela porta e mande um olá para aquele velho beco. Um amigo. Hoje sei que eu e aquela igreja temos algo em comum. Não somos exatamente oque se espera de um bem feitor, mas ajudados da maneira que nos for possivel.  

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