Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



sábado, 25 de junho de 2011

Silicone


Não é de hoje que se diz que tamanho é documento, mas oque me surpreende é ouvir isso da boca da mulherada. Até pouco tempo atras (pouco mesmo pois eu sou novo) só se ouvi essa frase da boca de homem babaca que queria convencer alguém de que tinha um pau grande. E coitados dos japoneses que até hoje sofrem com as piadas! Eu mesmo sempre achei essa fixação com tamanho uma característica estranha na humanidade. Construir piramides, arco do triunfo, coliseu, torre Eiffel, world trade center, torre de babel! Nunca entendi por que fazer coisas tão grandes, perigosas, completamente desnecessárias e absurdas. Ou pleo menos não tinha entendido até a silicone entrar na moda. Eu nasci em 87 quando os estudos sobre os riscos do silicone estavam em alta, e alguns peitos de ricaças também. Mas naquela época não era comum ver silicone desfilando na rua, na teve ou na internet. Lembro-me que lá no inicio da minha adolescência ainda existiam atrizes porno com seio natural!
Mas o silicone foi chegando e ganhando espaço. Alias foi forçando um espaço, já que veio com a única utilidade de esticar o peito da mulherada. E do nada, sem um acordo prévio ou votação, alguém falou e todo mundo concordou que o bonito era ser grande! E a mania idiota que eu achava que só afetava homens inseguros de pau pequeno e figuras históricas megalomaníacas começou a afetar as mulheres. Elas começaram a acreditar que tamanho é documento.
E a demanda foi tanta que o preço até baixou, lei da oferta e procura. Não estamos longe do dia que silicone vai vender mais que arroz! Mas espero que não chegue a tanto. Primeiro por que isso seria a prova final da futilidade da existência humana, depois por que eu espero não ver o dia em que alguém vai deixar de comer por causa de um mero detalhe estético. Ah! Vieram falar que isso já existe e tem até nome! Anorexia. É... dias tristes estão raiando e eu já não sei o que temer.
As mulheres estão se mutilando em nome da beleza, e com esses esforço estão acabando com oque há de mais belo. A mulher! Pois mulher não é feita de borracha, nem de gel, nem só de osso. Não tem nariz padronizado, boca modelo 2011 ou dente de porcelana chinesa (com direito a desenho de dragão ou flor de lótus). Não. Não é essa a mulher que eu tanto venerei nesse meus poucos anos de vida.
Mulheres, minhas deusas que enfeitam o mundo, acordem! Tamanho não é documento. Lembro-me que muitas de vocês falavam isso a anos atras, mas hoje já nem falam. Apenas balançam bundas siliconadas contra o vidro da minha TV. Mas ainda há tempo para mudar. Pensem bem! Oque há de belo em um silicone? Um cirurgia sangrenta que rasgará os teus seios e colocará dentro uma prótese de gel com mil riscos. Tudo para te dar uma aparência completamente artificial. Você não terá seios maiores! Terá almofadas com mamilos! Uma coisa dura demais para ser um seio, com um formato nada natural para um seio e com complicações e cuidados que não são os que você desprenderia para um seio. Tudo isso para ficar bonita? Me desculpe, você não ficou bonita.
Apenas se rebaixou ao nível de uma boneca inflável. Pode ser sexualmente atraente, e não vou negar que muitos caras irão sonhar com uma espanhola ao olhar seus peitos. Mas não passa disso e isso não é beleza. A beleza não é um padrão corporal. Nunca foi. Monalisa seria o pior quadro do mundo se beleza fosse o padrão que tentam vender. Mas não é, ela é bela!
E pasme, não botou silicone, nem tingiu o cabelo de loiro e muito menos fez lipo pra tirar as gordurinhas. Mulheres sua beleza nasce da graça, da sensualidade natural de vocês. Encantem com um olhar, valorizem o gesto, brinquem com nossas fantasias e nos neguem os carinhos quando, afoitos, vamos correr para teus braços. Sejam as mulheres que tanto amo, e não sombras vulgares do que poderia ser a luminosa existência feminina.
Tamanho não é documento! Seio grande não é seio bonito. Existem muitos tamanhos de seios e cada um pode ou não ser belo. Existem os pequenos e delicados, com finos bicos sempre firmes, sempre sensíveis e corados. Os médios, daqueles que “enchem a mão”, consistentes, que valorizam um decote discreto. E é claro que também há beleza no grande e natural, as vezes um pouco caído devido a todo seu tamanho, mas sempre macio e pronto para te envolver. Todos eles pulsando e ficando rígidos ao passo que os beijamos e acariciamos. A beleza do natural não pode ser imitada.
Não se ensina a excitação a um pedaço de borracha! Nada há de superar o prazer do natural doseio que reage aos estímulos sem ter os limites do artificial. Não importa o quanto o homem tente, jamais chegará próximo de imitar a perfeição que é a mulher.
E vocês mulheres, não se rebaixem. Façam como fizeram muitas vezes no passado, lutem contra as imposições machistas do mundo. Não acreditem nessa de tamanho é documento. E se lembrem que se tamanho fosse mesmo documento, cirurgia de aumento de pênis teria se popularizado antes da cirurgia mamaria! Cabe a você escolher se vai ser só mais um exagero inútil e desnecessário, brinquedo sexual na mão de um outro qualquer. Ou se vai ser simplesmente a coisa mais próxima da perfeição que eu conheço. Que é NATURALMENTE a mulher.

(Eu até pesquisei os riscos da cirurgia plastica mamaria, e são muitos, mas achei desnecessarios citalos. Não há por que pensar nos riscos de se fazer algo que já é descessario e estupido desde o principio)

Um comentário:

R. disse...

E sempre vi o silicone como uma das maravilhas da ciência. Explico: os seios, para nós mulheres, é quase a tradução do feminino. Uma pessoa transgênera f-to-m vê nos seios a primeira coisa a se livrar, já que ele é o estandarte dessa feminilidade em que ele não se encontra. Já para o m-to-f , é o objeto de desejo, o troféu a ser alcança, e god bless essas almofadinhas em gel, por proporcionar isso à quem precisa. Penso também na mulher vítima de um câncer de mama, onde após superada a guerra contra essa doença, se vê mutilada, sem parte daquilo que era parte da sua identificação feminina. Silicone, mais uma vez, fazendo seu papel.
Agora o que me preocupa é a garota de 16 anos, que os seios mal estão formados, se submetendo à uma cirurgia, pq a visão que ela tem dela mesma está deturpada.
Nada contra as ubber femeas, as mulheres frutas rebolativas com seus mega seios, mega coxas, mega bunda. Que sejam felizes. Mas que sejam por elas, e não pelos outros.
O erro está todo ai: para quem essas cirurgias são feitas? Quem vc s estão querendo agradar?
É só o que eu quero saber.