Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



domingo, 1 de maio de 2011

O labirinto dos egoístas

Dizem que a muio tempo atras um homem foi sentenciado a passar o resto de sua vida preso em um gigantesco labirinto. O motivo da punição foi que os deuses daquele povo o consideraram o homem mais egoísta e mesquinho entre todos de seu povo e temendo que a presença dele contaminasse os demais ele foi condenado ao labirinto. Porem como os deuses daquele povo não eram maus de coração disseram que ele seria resgatado se algum dia demonstrasse consideração por alguém. E assim foi feito. Um luz forte arrebatou o homem e o levou ao cento do grande labirinto em um canto desconhecido da terra. No centro do labirinto o homem encontrou um belíssimo jardim, muito bem cuidado com as mais belas flores, algumas raríssimas e que só cresciam naquele jardim. Mas O egoísta nem sequer olhou para as flores, e foi logo tentando decidir para que lado iria primeiro a procura da saída do tal labirinto. Pois foi lhe dito que havia ali uma única saída, mas que o caminho até ela era desconhecido. O homem então partiu em uma caminhada sem direção, por dias e dias caminhou. A cada Manhã um pássaro vinha e lhe jogava um pão e um pote de madeira contendo água. E assim ele obitia a energia para caminhar. Dias e mais dias se passaram e o homem não encontrava nada alem de becos sem saída, suas esperanças diminuíam e seu desespero aumentava. O tempo começou a passar em um ritmo estranho, o dia e anoite alternavão sem que o homem egoísta soubesse quantos dias se passaram. Com o tempo ele descobriu que não era o primeiro homem de seu povo a receber tal sentença. Haviam no labirinto muitos homens egoístas, frios e violentos. Igualmente sentenciados a vagar naquele labirinto por toda vida. Todos vagavam a procura da saída e matavam por um pedaço a mais de pão e um gole a mais de água. O homem egoísta ao descobrir isso temeu por sua vida e a partir desse momento dormia menos e andava sem fazer barulho. Certo dia, já cansado da caminhada embora não sabia o quanto tinha andado desde que acordou, Ele chegou a um ponto mais claro. Animado pela ideia de ter encontrado a saída caminhou mais rápido e viu que estava novamente no jardim no centro do labirinto. Mas desta vez o jardim não estava vazio, lá se encontrava um velho cuidando das flores. O velho jardineiro lhe cumprimentou de maneira animada e o convidou a cuidar das flores. O egoísta disse que não tinha tempo para flores e virou as costas. Rindo, o jardineiro lhe disse que era uma pena pois ele estava velho e logo morreria. Porem quando morresse ninguém iria cuidar de tão belo jardim e logo toda a beleza acabaria. O egoísta ignorou o lamento do velho e foi andando, mas o velho não desistiu. Ele disse que o egoísta parecia ser menos cruel e frio que os outros homens perdidos no labirinto. E prometeu dizer ao egoísta a localização da saída se este fosse capaz de dizer-lhe qual a flor mais preciosa do jardim. O egoísta então voltou ao jardim e com uma olhada rápida achou a flor que lhe pareceu mais bonita e disse que aquela era a mais preciosa. O velho riu e disse que ele estava errado, mas que poderia tentar novamente na próxima vez que o velho viesse cuidar das flores. Nesse momento um grande pássaro surgiu e levou o velho jardineiro do labirinto. O egoísta após este dia passou seus dias analisando o jardim. Mas não sabia como descobrir qual daquelas flores era a mais preciosa. Dias se passarão e o pássaro voltou com o jardineiro, este cuidou das flores e perguntou ao egoísta qual era a mais preciosa. O egoísta novamente errou. E assim foram varias visitas, a cada visita o jardineiro cuidava das flores e o egoísta o olhava atentamente pois pensava que o jardineiro daria maior atenção a flor mais preciosa. Mas nunca descobria qual era. O tempo passou e outras estações do ano vieram. E na chegada do inverno veio a neve. O homem ainda estava no jardim tentando descobrir qual a flor mais preciosa quando notou que um pequeno botão de rosa estava morrendo com a nevasca. Debochou da fragilidade do pequeno botão de rosa e lhe agradou saber que mais uma criatura sofria naquele labirinto, alem dele. Mas Logo uma ideá lhe tomou a mente e o assustou. Notou que não havia naquele jardim nenhum outro botão de rosa! E que se aquele pequeno botão fosse a flor mais preciosa e morresse, ele jamais teria a liberdade. Rapidamente ele tirou a neve que estava soterrando o botão de rosa e passou a cuidar da pequena flor. Dias se passaram e logo o homem já estava limpando a neve de todo o jardim, pois não tinha garantias de que o botão era a flor mais rara e queria garantir que nenhuma morresse com o frio do inverno. Passou a tirar a neve, podar os galhos, afofar a terra. Sem perceber tornou-se ele o jardineiro e, empenhado em proteger e cuidar do jardim, não notou que há muito tempo o velho não vinha até o labirinto. Foi com o fim do inverno e a chegada da primavera que o velho voltou ao labirinto. Todas as flore estavam mostrando sua máxima beleza e o jardim estava ainda mais belo do que era antes do inverno. O jardineiro andou pelo jardim e pouco trabalhou naquele dia, pois muito do que tinha para fazer já tinha sido feito. Então perguntou ao homem cativo do labirinto qual era a flor mais preciosa daquele jardim. O homem baixou a cabeça e disse que cuidaria do jardim em troca de um pouco mais de comida e água, explicou que passara o inverno cuidando das flores e descobriu em cada uma delas possuía sua beleza e valor. E que embora todas fossem diferentes entre si possuíam aos olhos dele o mesmo valor. E que esse valor era inestimável. O jardineiro sorriu e , após um clarão, se transformou em um dos deuses que haviam lhe sentenciado a vida no labirinto. O deus disse estar feliz por que o homem havia descoberto o prazer de valorizar a vida e as diferenças que ela trás. E que ele estava liberto. O homem agradeceu e pediu, humildemente, um presente ao deus. Queria sementes dessas nobres preciosas flores para que pudesse planta-las na cidade de onde veio. Assim poderia dividir com os outros um belo jardim. E assim foi feito. O homem recebeu um saco de sementes e um portão foi formado entre as flores do jardim, por onde ele pode sair do labirinto. É fácil viver nossas vidas pensando apenas em nossos problemas e valores. Mas isso só nos traz sentimentos de vazio e nos leva a creditar que estamos perdidos. Cuidando das pessoas e trabalhando para manter o bem estar nós encontramos nosso próprio valor e nossa felicidade. E Só com esses sentimentos é que podemos sair do labirinto de angustias no qual, muitas vezes, acabamos presos por sermos egoístas.

2 comentários:

Escola Missionária disse...

Olá.
Gostei muito dessa história.
Estou escrevendo um livro e gostaria de sua autorização para incluí-la no capítulo sobre o Egoísmo, dando o devido crédito.
Como posso entrar em contato?
Obrigado,
Luiz Fernando

Escola Missionária disse...
Este comentário foi removido pelo autor.