Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



sábado, 8 de janeiro de 2011

Meu Delírio

Hoje o sol raiou todo meio azul marinho. E a passarada toda voava para bem mais que longe, lá dentro do sonho de dentro do ninho. Rua cheia de multidão de ausentes, todos com roupas que sonharam ou desejaram muito, mas nunca ganharam de presente. Tinha um lá que era eu, vestido de mesma coisa todo dia. Mastigando com preguiça um saboroso ar com gosto de barriga vazia. Cheguei no ponto de ônibus desejando esperar o trem passar. Mas não passou trem nenhum, porem o disgramado do ônibus passou e quis me levar. Na alegria de quem ainda dorme andei dançando aqueles que achei serem os últimos passos da valsa do sono. Mas logo que bunda escorregou pelo banco e com as costas sentei confortável , veio o sono de novo me arrastar para algum reino inimaginável Achei estranho o rio de frases bobas que borbulhava gracejos, era estranho ver no meu reflexo patéticas juras de amor, fora os milhões e milhões de beijos. Por cima do rio passava uma ponte cor de cheiro de morango. E lá do outro lado tinha um longo campo de coisas escondidas. Nada se via por lá, mas dava para ver que estava cheio. Fui andando devagar, desviando do que era mais feio. Quando cheguei no meio do campo era eu a coisa escondida, e em volta eu via uma cerca de desculpas dizendo que eu não existia. Sabendo que a cerca mentia eu a pulei como que pula do prédio e fui de cabeça ao chão. Por sorte só não me machuquei pois por debaixo disso tudo passava um coração. O coitado distraído foi atingido por mim. E no acidente nós dois rolamos por grama e capim. Enquanto rolava vi cruza de água passar, via lua que ria de musica, vi pé calçado doar o calçado e feliz acompanhado caminhar. Rolei e fiquei embolado nem sabia quem era eu ou ele. Mas na duvida resolvemos que ele era eu e eu ele. Assim meio que para sempre, mas não demorou e o sempre chegou para nos visitar. E sem eu saber o coração foi embora, dizendo que ia viajar. Fiquei muito bem acompanhado numa sala cheio de espaço vazio. Tentei conversar com ele mas ele sempre me evitava. Parecia correr e eu quase nunca o alcançava. Quando conseguia alcançar ele estava ocupado e não podia falar. Coisa tipica do vazio que só sabe esnobar. Mas num canto da sala sem canto, sem parede e sem fim. Encontrei a falta de algo, seu nome era saudade ou algo assim. Essa quis conversar e falava do que não estava lá, contava cada história louca. Difícil de acreditar. Deixei aquela loucura e fui ser louco em outro lugar... Fui ser louco onde estava aquele que estava a faltar. Me vi pesando em areia falsa com de imaginação, e me banhei no mar de desejar se banhar em mar. Não foi o melhor passeio por que não fez sol e só choveu. Choveu encrenca e trabalho e eu sem guarda-chuva me molhei. Fiquei ensopado feito quem corre em dia de sol. Ai vei a carta sem carteiro se entregar, dizendo que já vinha vindo aquele que quando viesse eu iria esperar. E foi bem na hora de vir e de chegar que eu cheguei. Fechei o olhos de sonho para ver melhor onde estava. O ônibus me cuspiu em uma encruzilhada. Meu rumo tomei sem saber e sem me avisar. As pernas foram andando enquanto eu tentava me encontrar. Foi então que percebi que não estava lá, mas se tudo de certo sei que em dois ou três dias eu devo chegar.

Nenhum comentário: