Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Se essa rua fosse minha



Toda tarde era o mesmo ritual. O sol começa a se por e o garoto logo corria para dentro de casa.
Morava na rua do Bosque a beira do lago, quase a ultima casa. Um sobrado branco de madeira, que ficava de costas para o lago. Entrava correndo, subia as escadas e corria pro quarto. A janel dava visão do lago e do inicio do bosque.
E assim que o sol começava a se por e avermelhar o céu ele podia ver a visita sempre tão aguardada.
O imagem era linda, parecia uma pintura de tão tocante. O céu e o lago avermelhados, as sombras tomando conta das margens, das arvores e do pequeno bote de pesca. E lá das arvores do bosque vinha aquela pequena gotinha azul. Em grande contraste com o vervelho, laranja e preto da paisagem.
Aquele pequeno passaro vinha todas as tardes nos ultimos anos visitar a janela do menino. Certa vez ele tinha ajudado aquele passaro a se livrar de uma arapuca dos moleques da rua e lhe deu liberdade.
E desse dia em diante, na mesma hora mágica, o passaro voltava a janela do menino para
alegra-lo com belo canto. Um passaro azulado, um azul tão claro e brilhante que cada pena parecia um pedaço de cristal.
Ele vinha e pousava no peitoril da janela, cantava até o sol se por e assim que a noite tomava conta da paisagem e o cheiro do jantar fugia da cosinha e inundava a casa ele voltava para o bosque.
Nunca sem antes receber um beijo na testa, um pequeno agrado que o menino gostava de lhe conceder.
Foi assim por muito tempo, o sol começava a se por e o garoto corria para casa para ouvir o canto do passaro e beijar sua testa emplumada. E não importa oque estivesse fazendo ou com quem estivesse brincando, no por sol do sol ele corria para casa. Loo virou motivo de piada e ninguem na rua ou na casa em que morava entendia o motivo de tão incomum costume, mas nada faziam para empedir o menino de correr para seu quarto todo fim de tarde.
Certo dia o menino estava na janela como de costume, mas desse vez muitos outros vizinhos e familiares estavam em suas janelas e quintais olhando para a mesma direção. Diziam que aconteceria um fenomeno raro naquela tarde, chamado eclipse. Mas a preocupação do menino era se o passaro conseguiria chegar até sua janela com toda aquela confusão lá fora.
E alem disso a professora tinha lhe dito que por alguns minutos o sol ficaria coberto pela lua, oque deixaria tudo muito escuro, mas escuro que a noite. E quem poderia garantir que o passaro não se perderia em tamanha escuridão?
No momento em que começou o eclipse, e a primeira marca da lua apareceu no dourado sol, o menino viu um pontinho azul brilhar por entre as arvores e começar o já familiar trajeto até o beiral da janela.
Seu coração disparou, mas assim que a lua tapou todo o sol o passaro alcansou a janela e o menino suspirou aliviado. Mas nesse dia tão incomum, mais surpresas esperavam pelo garoto.
O passaro não pousou na janela, dessa vez ele invadiu o quarto e pousou bem no meio do comodo, como nunca tinha feito antes.
E estava mesmo diferente aquele pequeno animal emplumado, brilhava como um lampião e não parecia muito sólido. É como se fosse feito de luz! Era quase assombração.
Muitos meninos estariam apavorados nesse momento, mas não nosso homenzinho aqui! Esse, como todos já haviam notado, era sempre diferente.
Enquanto esperava-se que ele saisse corendo do comodo, ao ver que alem de brilhar o passaro começava a fica maior e cada vez menos parecido com um passaro, ele se aproximou curioso.
A luz diminuiu e em sua frente ele pode ver uma linda garotinha, de rosto claro, olhos grandes e vestido azul claro, tão claro que parecia cristal!
Ele ficou de boca aberta, pois ela era de uma beleza sem igual. Mas guando ele ia dizer algo ela fez sinal para que se cala-se, colocando o indicador direito sobre os lábios. Foi se aproximando passo a passo, e a cada passo dela o coração do menino disparava.
Ela ficou a distancia de um dedo e sorrio. E ,mal ele pode admirar a beleza daquele soriso ela lhe deu um bejo.
O garoto senti-se leve, feliz, empolgado, radiante, anestesiado...
Abriu os olhs com dificuldade. Estava deitado na cama mas não fazia idéia de como tinha ido parar lá!
Lembrou-se de tudo que tinha acontecido e julgou ter sido umsonho. Mas se era um sonho, com certeza ainda não tinha acabado. Assim que abriu os olhos levou um susto que o fez esquecer por alguns instantes dos fatos do dia anterior. Seu quarto, cobertor, mãos e até a paisagem vista pela janela... tudo estava cinza! Preto e branco como dizem dos filmes antigos.
E como se não basta-se isso, tudo estava assustadoramente silencioso.
Desesperado o garoto pulou da cama e correu para a janela. Ele viu passaros cantando, um canto mudo! Crianças correndo e gritando... mas o som não vilha. Ele estava surdo e em breve estaria cego! Era só qoue podia supor naquele momento.
Desceu as escadas chorando, imaginando se seus parentes iriam entender oque ele diria. Já que ele mesmo não poderia ouvir sua própria voz.
Desceu as escadas cinzas, passou pela porta da cozinha cinza e encontrou um vazio cinza. Sua mãe não estava em casa, tinha ido a feira conforme informava um bilhete cinza na tambem cinza geladeira.
Ele se sentou e chorou um choro mudo regado a lagrimas cinzas por alguns instantes. Era como se Deus tivesse lhe castigado, roubado toda sua alegria, roubado a beleza do mundo. Ele foi se desesperando cada vez mais e sentindo um vazio assustador no peito. Um vazio tão profundo que ele levou a mão ao peito para tentar amenizar a dor.
Então, mais um susto. Um desses que fazem parar o coração! Mas o garoto não precisou se preocupar com um parada cardiaca, pois aparentemente seu coração já etsava parado!
Aterrorizado ele pensou que estava morto, e que aquele mundo cinza e silencioso era o reino dos mortos.
Essa realidade fria e medonha pareceu fazer sentido naquela jovem cabeça, pois ele se levantou e enxugou as lagrimas. Pensou que se ele estava mesmo morto não adiantava se desesperar, era só tentar entender como funcionava as coisas naquele lugar tão diferente e tão familiar a sua velha vizinhança.
Pensou que a linda garota de vestes azuis fosse a morte e que aquele beijo fosse uma forma doce de se levar a vida ele andou até a porta da frente.
E para um garoto que achava já ter tomado todos os sustos possiveis, ele viu algo o imprecionou muito.
Fora os vizinhos que lá estavam vivendo suas vidas como sempre, e alguns até o comprimentavam e falavam coisas que ele não podia ouvir, ele viu que as pedras da estrada estavam brilhando como se fossem pedras preciosas.
Mas os vizinhos pareciam não notar. E após parar para olhar melhor, não eram todas, apenas parte da rua estava assim. Justamente a parte da rua que ligava a casa do garoto ao bosque. e embora a rua seguisse seu curso contornando o bosque a estada brilhante entrava no bosque. Mas no mundo em que vivia não existia estrada alguma para dentro do bosque.
Aquela manhã estava cada vez mais estranha.
Enquanto tentava entender algo, ele viu sua mãe com algumas sacolas se aproximar de casa.
Ela sorrio e lhe deu um bom dia mudo. Ele respondeu tentando sentir a vibração de suas cordas vocais para se sertificar que estava produzindo som, e parece que deu certo pois sua mãe sorrio novamente e através de leitura labial ele entendeu que ela lhe disse para ir se trocar para tomar café.
Ela entrou na casa e ele ficou ali tentando entender tudo oque acontecia.
Não podia estar morto! Sua mãe acava de ve-lo, e naõ se sentia morto tambem. Se sentia vivo... mas não comletamente vivo, faltava algo.
Mas oque. E resposta foi óbivia! Lhe faltava um coração.
Ele já havia ouvido em musicas romanticas e poesias que só o coração po ver a beleza da vida, mas nunca encarou isso ao pé da letra. Mas parecia ser verdade.
A falta de cor e som, o sentimento de vazio... a sua vida tinha perdido a alegria! De alguma maneira ele perdera o coração.
E a culpada parecia ser aquela manina com cara de anjo.
Ele se levantou bravo. Como ela ousou egar algo que não lhe pertencia? Ela não tinha esse direito!
Ele resolveu procura-la para reaver seu precioso coração. Fosse ela mulher ou passaro, ele sabia que ia encontra-la. Pois pareceu-lhe claro que aquele estranha estrada de brilhantes o levaria até a presença da angelical assaltante de corações.
Ele foi descendo a rua em passos largos, ignorando os vizinhos e amigos. Foi passando rápido, seguindo a estrada de brilhantes até entrar no bosque.
Ele nunca tinha ariscado entrar lá, os adultos sempre alertavam para que ficasse longe de lá, o bosque Solidão tinha esse nome por que quem entrava nele não mais saia, e lá padecia sozinho.
Muitas histórias de assustar até mesmo o mais bravo dos homens eram contadas sobre tal bosque.
Mas nada podia deter aquele garoto magricela que agora entrava no bosque de pijama.
Ele parou e observou a paisagem. Era escura e a falta de cores não estava deixando-a menos assustadora. Por um segundo ele pensou nos sofrimentos que poderia passar se entrasse lá, mas algo em sua mente lhe dizia que nada podia ser pior que viver uma longa vida sem a alegria de seu coração.
Respirou fundo e entrou. Estava cheio de raiva. como podia aquele passaro ser tão malagradecido?
Depois de tantas tardes juntos! Depois de tantos beijos naquela testa. Aquele ladrãozinho ia pagar! E conforme foi andando a raiva foi almentando e ele foi percebendo como é dificil ter sentimentos bons quando não se tem um coração. Ele estava cada vez mais frio e sério, parecia um adulto até!
Cada vez mais sério e mais bravo ele ia caminhando. Nem percebeu quando os tijolos de brilhantes acabaram, muito menos que estava andando sem direção. Pensava como um adulto, e adultos não se preocupam com a estrada a seguir e sempre acham que sabem a direção correta.
E foi seguindo pelos caminhos segos da raiva e da arrogancia até que algo lhe chamou a atenção e dispertou por alguns segundos o seu lado criança que já se perdia em meio a sentimentos rancorosos, desses que as crianças simplimente não entendem.
Ali na sua frente ele viu um urso de pelucia, muito velho e castigado pelo tempo, mas ainda um urso de pelucia. Mais adiante no chão alguns soldadinhos de chumbo, com as mais diferentes fardas e das mais longinguas guerras. Haviam bonecas, carrinhos, bolas e piões... Todos muito velhos e desgastados.
Olhando em volta ele percebeu que tanto no chão como nos galhos das arvores podiam ser vistos muitos brinquedos. Curioso com aquela cena ele decidiu andar mais um pouco para ver qoue mais encontrava.
Foi andando e descobrindo muitos outros objetos. Primeiro encontrou arvores repletas de chaves, grandes pequenas, simples e trabalhadas, todo tipo de chave que se pode imaginar. Encontrou tambem um campo de guarda-chuvas, todos jogados no chão como flores em um canteiro. Encontrou tambem uma arvore com canetas penduradas e outra com chaveiros.
Haviam arbustos de brincos e colares, e tambem uma trepadeira cheia de fotos e figurinhas. Passou por uma grande pilhas de cartas de amor nunca abertas, com envelopes tão enfeitados que ele não teve coragem de abrir. Encontrou muitos diários, sempre fechados com pequenos cadeados e pensou que talvez algumas daquelas chaves pudessem servir para abrir.
Foi seguindo e encontrando toda sorte de objetos, facas, relógios, meias...
E aos poucos foi percebendo era tudo que lá estava eram as coias que comummnete nós perdemos em nossas casas. Todos ali jogados na escura Solidão.
As arvores dali guardavam muitas outras memórias esquecidas. Nelas estavam marcados a facadas muitos nomes de apaixonados do passado, uns riscasdos, outros meio apagados, mas todos lá. Algumas margaridas tinham suas pétalas arrancadas pela suave brisa que lá soprava.
Uma a uma num infinito bem me quer mal me quer.
E foi aonpanhando cm os olhos uam dessas pétalas que o vento levou que o garoto viu uma estranha formação rochosa.
Foi se aproximando e percebendo que as pedras sobrepostas lembravam muito uma mulher que abraçava uma criança. Nada muito definido, como nas estátuas, mas lembrava muito esta cena.
E de dois orificios, que seriam os olhos da dama, escodiam inumeras gotas de água que caiam como lagrimas.
Essas lagrimas se acumulavam em frente das pedras e seguiam na forma de um fio d' água e desciam uma pequena inclinação.
Mais abaixo poia-se ver um pequenino lago, como esses que jardim e desse laguinho saia um riacho que descia para alimentar o lago que ficava na fronteira do bosque. Ou pelo menos assim supos o garoto.
Descendo em direção ao laguinho o garoto achou ter visto um estranho brilho avermelhado! Sim! A-ver-me-lha-do! Tinha cor naquele brilho.
Ele correu a tropicões naquela direção e se deparou com um balanço, desses que se faz com uma madeira e um pedaço de corda, e nele estava a menina que outrora foi um passaro.
Ela estava balançando destraida com seus longos cabelos negros e vestido azul, Sim, nela ele podia ver cores, todas as cores daquela anjelical beleza. Parecia brincar com algo que tinha nas mãos, parecia acariciar cuidadosamente algo que ele não podia ver, mas era algo brilhante e vermelho.
Seu celebro não identificou a natureza daquela luz ou o nome do objeto... mas algo dizia ao garoto que aquele era seu coração!
Ele correu em direção do balanço e a garota parou de balançar com olhos arregalados para ele.
Ela desceu do balanço e estendeu os braços em gesto de abraço, mas ele nem parou para tentar entender a cena com um jogo e corpo jogou a garota de lado e pegou a estranho bola de vermelha de brilho intenso de sua mão. assim que tocou aquela esfera ela pareceu entrar em sua pele, os sons do vento balançando as folhagens e as cores do escuro e frio bosque voltaram a fazer parte da vida do garoto.
Ele podia ver todos os tons de verde musgo que fromavam a paisagem e podia ouvir os sons do lugar. Na verdade podia ouvir apenas um som que tomava o ar. Era o choro da memnina, que dizia " Não se vá".
As vezes em nossas vidas passamos por alguns segundos que duram uma eternidade e naquele momento aquele manino passou por isso.
Toda a raiva e frieza se foram, ele lembrou dos bons momentos e se esqueceu dos maus. Lembrou daquela tarde em que salvou o passaro da armadilha, de todas as tardes seguintes em que ouviu o belo canto do passaro azul, do céu avermelhado, dos beijos na testa emplumada, do dia do eclipse e do beijo doce que recebeu da garota e até dos pequenos tesouros que viu na jornada até ali.
Foram anos de lembranças que se passaram no tempo de uma piscadela.
Olhou para o lado e viu a garota com os rosto cheio de lagrimas e sorriu. Se ajuelhou ao lado dela e secou suas lagrimas com a manga do pijama. Olhou profundamente nos olhos da garota e lhe deu um suave beijos na testa.
Ela o abraçou. Não disseram uma palavra, mas foi um daqueles abraços que valem por paragrafo inteiros. Terminado o abraço ele bagunçou os longos cabelos negros da garota e ela ficou com o rosto vermelho e um sorriso envergonhado.
A arota, com sua voz de roxinol, perguntou a ele se ficaria ali para sempre. Ele sorrio um riso misterioso, raro no rosto de crinaças e disse que sim e não.
Ela coçou a cabeça e ele se aproximou dela para explicar. Disse que sairia da floresta, que não poderia viver longe de sua familia e amigos. Ele não podia sacrificar o resto de sua vida por ela.
As lagrimas voltaram a jorrar dos lindos olhos da menina.
Ele continuou, segurando as mãos dela. E tambem não posso deixar contiigo minhas alegrias e meu calor, por que preciso deles pra viver lá fora. Um mundo sem alegria é assustador, disse ele.
Ela olhou para o chão, disse que se ela roubou seu coração, era por que ele havia roubado o dela tambem. Que sem ele a vida era cinza e fria.
Ele a abraçou. Disse que ela nunca estaria sem ele, que podia continuar visitando-o por toda vida.
Todas as tardes na mesma janela.
Ela se afastou. Olhou para ele com uma mistura de medo e vergonha no rosto e começou a explicar sua historia.
Ela era um anjo que Deus enviou para terra para que cuida-se de tudo que foi perdido, esquecido e abandonado. Deu a ela uma floresta e disse que este seria seu lar e reino, tudo seria possivel a ela enquanto ela estivesse na floresta. Mas que advertiu que ela jamais deveria deixar a floresta, pois fora da fronteira do bosque ela não sobreviveria.
Mas com os anos ela ficou cada vez mais curiosa pelos humanos que viviam fora das fronteiras do bosque e pediu a Deus que ele deixa-se ela sair para conhece-los.
Ele deixou que ela saisse com algumas condições.
Ela poderia sair apenas uma vez por dia, durante os minutos que os homens chamam de entardecer. Teria a aparencia de uma bela ave, mas seria capaz de mostrar sua verdadeira forma ou de falar com os humanos. Assim que a noite se iniciasse ela deveria estar de volta ao bosque ou esse seria seu fim. E uma vez a cada 15 anos, durante o eclipse lunar, seu poder não teria fronteiras e ela poderia usar sua mágica entre os homens.
Após contar sua história ela esperou uma reação do garoto. E essa reação demorou a vir.`Por alguns minutos ele tinha esquecido aquela loucura toda e só tinha se preocupado em fazera garota parar de chorar. Mas agora a realidade voltava a atormentar a cabeça simplista do garoto e nada fazia muito sentido.
Bosque magico, menina anjo, poderes magicos... mas eram boas explicações para aquela loucura toda.
Ele sorrio um riso de moleque levado e disse que não importava se ela era passaro, anjo ou borboleta. O importante é que ela era muito bela e cantava muito bem.
E que sua musica sempre faziam suas tardes felizes.
Disse tambem que não se importava em esperar mais 15 anos para ve-la como via naquele momento, só se importava em ve-la todo dia. Não importando a forma.
Ela agradeceu as palavras e disse que estava ficando tarde e ele deveria correr para casa para não se atrasar para o encontro com um certo passaro azul.
Ele riu e correu na direção que ela apontou se despedindo com um selinho timido.
Foram apenas algusn passos e ele saiu do bosque e ao olhar para tras não viu nada alem de arvoes espassadas e um luz alaranjada que começava a invadir as sombras do bosque.
Era o entardecer. Ele correu para casa, ainda de pijama, imaginando que as vezes a vida é um sonho engraçado. Aquela tarde o passaro veio a sua janela com uma cartinha no bico e quando recebeu seu beijo de despedida voou até o ombro do garoto e esfregou suas penas cristalinas no pescoço do menino.
O passaro se foi e o garoto abriu a carta, nela podia-se ler:
"Qualquer um pode roubar um coração.
Mas são poucos os que tem a coragem de perdoar o ladrão. "
(Esse texto é uma história que mora em minha memória a anos. Desde pequeno, sempre que eu escuto a cantiga "Se essa rua fosse minha", eu imagino essa história. E como ouvi a cantiga ontem, resolvi escrever o meu pequeno conto. Para aqueles que não conhecem a letra da cantiga, ou só conhecem metade:
E uma dica, cantem separando silabas e bem devagar! Ela fica mais bonita, embora mais triste.)

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