Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



domingo, 10 de maio de 2009

Coisas da vida

Hoje foi dia das mães... mas eu nunca me importo com essas datas comemorativas. So com o natal, mas não vamos perder tempo falando sobre isso.
O fato é que hoje eu poderia ter feito milhões de coisas legais.
Podia ter ido viajar com uma bela morena, podia ter ido em varios churrascos diferentes, ter ido no cinema, ou algum parque... milhões de coisas legais mesmo...
Mas a vida é estranha, e por motivos afetivos que eu não controlo eu foi obrigado a visitar a casa de minha mãe.
Estava esperando encontrar uma tonelada de crianças, comida estranha que eu nã como, musica ruim, bebidas que eu não bebo e muita confusão e brigas (que eu obviamente não gosto).
Fora que o lugar é longe pacas!
Não entenda mal, visitar minha mãe costuma ser legal, nós conversamos, ela cozinha alguma coisa que eu goste e eu fico brincando com minhas maninhas até minha coluna começar a pedir socorro... mas festa em familia é algo que eu não suporto.
Embora sempre acabe indo voluntariamente para essa tortura... hoje foi assim.
Mas dessa vez não foi como o esperado! As coisas foram um pouco diferentes.
A comida, musica, bebida e todo o resto estavam presentes, mas tinha algo que desviou minha atenção da baderna familiar.
O cachorro Pêto da minha irmã. Ele estava muito doente, num estado lamentavel. Nem liguei pro resto, esqueci até o motivo da visita... queria saber do pobre cão doente.
Ele estava ruim a 4 dias e o estado era preocupante, mas mesmoa assim não tinha recebido nenhum atendimento.
Logo resolvi motivar as pessoas a procurar um veterinário, consegui um carro, motorista e até uns panos pra enrolar o animal. No fim até um cestinho pra colocar o bicho apareceu!
Não foi facil encontrar um veterinario que gosta-se mais de cachorro doente que da própria mãe, mas achei um!
Foi medicado, foi receitado remédio e eu segui tudo a risca. Cuidei dele com todo cuidado do mundo. No fim da tarde ele já estava andando e sem sinais de emorragia que apresentava.
Pode não ter sido um dia dos mais divertidos, embora eu tivesse tido tempo para fazer minha mãe sorrir e brincar com as crianças.
Dessa vez eu senti que tinha ido lá por um motivo! E um motivo bem mais nobre que comemorar uma data besta qualquer.
Tinha ido para salvar a vida de um amigo animal!
E mesmo assim ele morreu...
Todo meu esforço em salvar ele...
Não adiantou, valeu a pena e faria tudo de novo... mas não adiantou.
E eu fiquei com um sentimento de vazio muito maior que o normal, alem de ter ido para um torturante evento em familia... eu fui incapaz de salvar o cãozinho.
Eu mediquei, cuidei, rezei... fiz tudo que podia. E mesmo assim faltou algo...
Eu podia ter ido viajar com uma bela morena, podia ter ido em varios churrascos diferentes, ter ido no cinema, ou algum parque... milhões de coisas legais mesmo...
Mas após a perda do cachorro eu vejo que a unica coisa que eu realmente queria ter feito hoje era ter salvo a vida do meu amiguinho.
Isso sim seria legal, todo o resto eu ainda posso fazer... mas brincar com aquele cachorro, passear com ele, dar banho... isso não da mais.
Eu não o conhecia, só o vi 3 vezes na vida... mas se tivesse salvado ele hoje eu daria mais valor ao bicho.
É ai que eu fico pensando em como a vida é fragil e curta. Quando eu sai ele estava melhor, achei mesmo que iria ficar bem... e agora ele já não esta dessa lado da vida!
Morreu sem que eu tivesse tido a chance de conhece-lo.
E isso me assustou muito... quantas vezes isso acontece por dia? Quantas pessoas morrem sem eu ter conhecido? Quantas pessoas morrem ser você ter conhecido?
Nesse exato momento uma pessoa muito interesante, simpatica e super legal, dessas que você passaria a vida inteira, morreu por algum motivo estranho e você perdeu todas as chances de conhece-la!!!
E o pior não é penssar na falta que o desconhecido lhe fará... o pior é saber que diante dessas fatalidades nós não temos como nos explicar ou como justificar...
Diante de nossa impotencia nós só podemos dizer:
São coisas da vida! E ir contabilizando e administrando as perdas que sofremos. As que chegaram ao nosso conhecimento e as desconhecidas.
Um professor disse uma vez:
"A vida é um jogo onde ninguem ganha! Mas todos disputam para ver quem perde menos."
De muito valor ao que você tem e gosta pois, infelizmente, a tendencia perder.

Em memória de Pêto, o cachorro macumbero.

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