Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ele se cansou de olhar pro chão...

"Feito um milagre naquele momento
Ele se cansou de olhar pro chão
Se recusou a lamentar
E abriu outra porta do coração"
Eu tentava me distrair , sentado nos degrais da escada, com as rachaduras do chão. Inutilmente.
Já perdi a conta de quantas vezes me vivi essa cena. Um chão sujo, um silencio disconfortante, muita raiva no coração. Diversas vezes eu pensei em partir, mas uma mistura de esperança e sentimentalismo me prendiam ao chão.
Eram muitas rachaduras, embora pequenas. Muitas pessoas passam por elas diariamente, mas creio que existam pouquicimas que parem para se preocupar com elas. Sim, eu voltei a falar do chão. Mas poderia dizer o mesmo de mim...
É sempre assim, tento me distrair para não encarar oque esta na minha frente.
Naquela tarde era o caminho de casa. Sempre que levantava a cabeça eu via o caminho de casa, onde eu poderia fugir do mundo e viver em u paraiso de falsas conquistas, graças aos mimos que lá recebo. Mas como eu disse, não conseguia me levantar de lá.
Uma vez no chão é sempre dificil levantar, nem que seja por preguiça.
Estava no meu limite, cansado de brigar por nada, de jamais vencer, de não merecer , de não conhecer o lado bom da vida. Hunf!
Mentiras... estava cansado de ouvir estas mentiras. Jamais briguei por nada, fui vitorioso sempre que me foi possivel vencer, fiz por merecer, nunca aboandonei o lado bom da vida.
Se eu ainda estava lá sentado é por que acreditava de corpo e alma que algo mudaria.
Se para a melhor ou pior, eu não sabia. Mas seria corajoso e pagaria para ver.
Ver... no chão, ao lado das rachaduras, fica uma faixa guia para cegos. Uma faixa em relevo para ajudar os cegos a se guiar. Olgo invisivel para eles, mas que com um pouco de sensibilidade eles poderiam encontrar as indicações do caminho correto
E eu lá, procurando a minha faixa guia. Naquele momento me senti cego, pois não podia ver nem se quer um palmo do meu futuro.
Quantas pessoas me advertiram que eu não deveria fazer oque fiz. Desistir não é sinal de fraqueza, e sim de sabedoria. Bobagens...
Tudo que eu podia ver, ouvir, pensar e sentir não passavam de bobagens.
É um processo doloroso o de se entender e admitir seus sentimentos e opiniões para você mesmo. Ai ai... A escada tinha um corrimão, desses que servem para ajudar as pessoas a não cair.
Eu queria ter um corrimão sentimental aquela hora, senti falta de um amigo neutro. Como o corimão, que nunca pergunta o porque de ter que servir de apoio. Alguem que apoie só por apioar, sem sentimento. Mas graças a Deus eu nãoconheço ninguem assim.
Amigos servem para nos ajudar, e as vezes a melhor maneira de nos ajudar é não estando por perto.
Essa foi uma delas. Eu tinha que decidir sozinho. Eu podia ter ido embora...
E ate tentei partir, mas algo no fundo do meu eu dizia que não era hora de partir. Ficar e enfrentar sempre foi minha estratégia favorita,mas naquele momento eu só queria me ver longe.
Olhei um pouco a frente. Grama! Verde e aparentemente macia. Dessas que parecem um tapete, e quendo você deita não quer mais levantar.
Logo me imaginei deitado, descansando e vendo as nuvens passar. E tudo que estava acontecendo ia se dicipar, parecer um sonho... ou um curto e desemportante pesadelo.
Como sou too quando estou confuso.
Nem vi a grade que me separava da grama. Não era alta e tão pouco resistente...Ñão era nenhum obstaculo intransponivel, mas estava lá!
Assim como na maioria dos problemas de nosas vidas, não são grandes, nem fortes e muito menos resistentes, mas nós tememos derrubar eles mesmo assim.
Minha cabeça já estava estourando. Aquele silencio ensurdecedor!!!
Um silencio que me tirava do sério, me irritava muito mais do que as vaias e criticas tipicas da multidão.
Cheguei ao meu limite, resolvi partir. Decidi seguir meu rumo. Juntei minhas forças, tensionei meus musculos, iniciei o movimento de me levantar, me cansei de olhar pro chão. Mas ao levantar a cabeça...um milagre! Eu finalmente cansei de olhar pro chão.
N notei algo estranho naquela escada. Uma garota.
Parecia tristete e feliz, confusa como eu talvez. Ela disse algo que não entendi.
Pedi para repetir, novamente a voz veio baixo demais para que minha cabeça conturbada racionaliza-se oque estava ouvindo.
Repetiu uma terceira vez..."Fi...ca comi...go..."
Tudo fez sentido, valeu a pena. O chão não tinha rachaduras, era só desgaste natural. O corrimão passou a só segurar aqueles que não conseguiam seguir sem ajuda. A faixa para cegos passou a ser util apenas para os que não podem ver e escolher claramente seu caminho. A grama só estava bonita pois era protegida pela cerca. A cerca só estava lá para nos lembrar de respeitar a grama. Eu já podia levantar. Levantei, e dei a ela um abraço.
O silencio continuou, mas não era mais ruim... estava cheio de frases boas e tolas... frases que o devido ao extase do momento não encontraram o caminho para serem verbalizadas. Mas estavam lá, mudas... mas cheias de significados.
Me recusei a continuar lamentanado e abri outra porta do coração!

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