Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Céu e Inferno

Desde muleque eu nunca gostei desses dois nomes. Me diziam que se eu me comporta-se eu iria para o céu, mas se fizesse algo de errado era passaporte carimbado para o inferno. Sem mais nem menos! E o engraçado é que diziam que isso era um julgamento. Que raio de julgamento é esse onde o réu não se defende e onde a pena já esta pronta antes mesmo do réu chegar? E ainda atribuiam esse julgamento torto a figura de Deus, Deus este que sempre me foi dito que era bondoso, misericorioso e justo. Mas esse julgamento jamais me pareceu refletir a imagem desse Deus. Muito pelo contrario, é um julgamento tirano, opressor e pelas regras e leis rigidas, sejamos francos, ninguem poderia ir para o céu. Afinal quem nunca cometeu um pecado capital? Só a gula e a preguiça já servem pra mandar praticamente todo mundo para o inferno! E nem precisaria dos outros 5. Não tinha alguma coisa errada nesa teoria, com certeza tinha. E não era preciso ter mais de 10 anos para perceber.
Não me parece justo que eu tenha que sofrer por toda a eternidade só por que minha vó faz o melhor doce de abóbora do mundo!Com certeza isso não parece decisão de um Deus justo e coerente. Se ele criou todos na intenção que vivessemos felizes e na morte fossemos morar com ele, por que ele colocaria regras tão rigidas que nos afastassem dele de maneira irremediavel por toda eternidade. Cade a misericórdia e a bondade nisso tudo? Setenciar qualquer um a um sofrimento eterno e escolher alguns para a felicidade eterna não parece algo digno de Deus, é coisa dos homens que são impacientes e julgam os atos antes de conhecer as razões.  Não podia ser assim. Minha cabeça não podia entender como ninguem mais notava esses pequenos absurdos.
Por exemplo se uma criança morre ao nascer, ela vai para o céu! Afinal nem deu tempo da coitada pecar.
Mas uma pessoa que tenha vivido a vida inteira nas leis de Deus, lá no fim começa a pecar por gula e acaba morrendo de alguma doença devida a má alimentação. Esse cara vai para o inferno! Mesmo ele tendo vivido 75 anos nas regras, um simples deslize e ele perde o direito a felicidade eterna. Já o bebe que citei antes teve sorte! Alem de não ter passado pelas provações da vida na terra, conseguiu um passaporte para o céu sem ter feito nada para merecer. Assim uma passagem para o céu me parece mais um bilhete de loteria sorteado do que um premio por merecimento. Não me parece nada justo, mas quem sou eu para dizer alguma coisa?
Com certeza não sou deus! Estoumuito longe disso na verdade, oque já me faz perder o cargo de santo tambem. Não sou nenhum doutro em religião, e na verdade ainda entendo muito pouco de diversos asuntos dessa tematica. Mas mesmo sendo talvez o mais leigo dos leigos, acho que isso esta errado.
A justiça divina não pode ser uma rifa! Com certeza que não. Deus é conhecido por suas obras complexas e perfeitas sempre basiadas em mudanças cuidadosamente equilibradas para que tudo funcione em harmonia. O céu e o inferno da maneira que me eram apresentados não pareciam conter esse toque milagroso e delicado da mão de Deus.
E o tempo foi passando, eu fui crescendo e minhas duvidas se multiplicando. Cada vez mais eu a me incomodando com as explicações sobre esses temas, entre outros. Foi então que comecei a formular a minha teoria. Que alias só falo que é minha por que quando comecei a monta-la eu ainda não sabia que muitos já haviam pensado como eu, e montado teorias próprias como eu.
Para mim Deus não criaria um lugar separado onde ele privaria o infeliz de procurar felicidade ou daria felicidade eterna a quem nada fez para merecer. Ele deve ter criado um mundo onde oque você fez da sua vida influencia sim no seu destino no pós vida, mas sem excluir ninguem do convivio com ele, Deus!
Me parece mais justo que na morte nós passemos um tempo relembrando nossas faltas e fracassos terrenos, seria esse o verdadeiro castigo divino. Ter que rever nossas faltas até estarmos prontos para supera-las e nos libertarmos do peso que essas faltas geram em nossas conciencias. Mas após o término do castigo creio que Deus nos daria uma novachance de mostrarmos que podemos fazer coisas boas. Assim a cada defeito superado nós estariamos mais perto de Deus. Sendo assim o céu seria a contentação de poder ser digno de estar com Deus e o inferno verdadeiro seria a vida que deu errado. Pois quanto mais erros cometemos mais tempo iremos perder tentando superar nossas faltas e conseguir perdoar a nós mesmos.
Assim o céu ou o inferno não dependem do julgamento de deus, já que este é carinhoso e misericordioso demais para se colocar no papel de juiz. O Céu e o inferno estão na conciencia de cada um e é antes da morte que nós escolhemos para qual dos dois queremos ir. Se pensarmos no nosso bem e no bem do próximo teremos poucos erros para lamentar e logo seremos dignos de sentarmos perto de Deus. Mas se fizermos algo que agrida o proximo ou a nós mesmo, só poderemos estar com Des quando nos arrependermos do fundo do coração e superarmos nossas faltas, não as esquecendo, mas aprendendo a sermos mais nobres através delas.
Esse pra mim é o verdadeiro pós vida... mas fazer oque se jamais me deixaram anexar minhas idéias a uma edição da biblia. Aposto que algumas crianças que pensam demais imas gostar da minha versão!

Um comentário:

Applegirl disse...

Com certeza, a teoria é bem elaborada!Pena que não vai mesmo para a Bíblia!