Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Dançando na chuva

Noite escura e chuvosa, porem não estava fria. Ainda quardava parte do insurpotavel calor do dia. Os prédios da selva de pedra choravam finas corredeiras geradas pela chuva fina. Um pouco mais forte que uma garroa, mas o bastante para molhar os desprevinidos que perambulavam pela rua. Ninguem reclamava, o calor tinha castigado a cidade durante o dia. Ventiladores zuniam as milhares, uma enxame se sopradores tentando vencer o calor. E perdendo a briga. Os inumeros aparelhos de ar condicionado funcionado a toda potencia, não conciguiam nem se quer refrescar a ambiente. Na verdade a maioria acabou quebrando antes do fim do dia. O motivo? Super aquecimento, claro. As sorveterias tinham mais fila que o show da madona, embora os sorvetes estivessem parcialmente derretidos. Mesmo assim serviam de consolo. E quando a noite caiu abafada a cidade achou que o sofrimento ia acampanha-la noite a dentro. Estavam enganados, choveu.
A temperatura caiu, nada como a natureza para consertas seus próprios excessos. Que morram de inveja os ventiladores, aparelhoes de ar condicionado e os sorvetes! Uma fina chuva transfomou aquela que seria a noite mais quente da história em uma agradavel noite de verão. Todos aproveitaram a tregua na guerra contra o calor para relaxar, inclusive os ventiladores e afins.
Mas não é sobre a onda de calor ,que tortura os morados da terra da garroa, que eu venho falar. Não para isso existem os jornais, eu velho falar de coisas importantes e menos óbivias. No meio da noite escura, iluminada pelos faróis dos carros e a iluminação publica um espetáculo mágico acontecia. Claro que quase ninguem notou e quem notou não parou para apreciar, se limitando a comentar: -"Louca! Vai acabar pegando uma gripe asiática, do porco, ou coisa pior."
Mas enquanto todos corriam para suas casas fugindo da chuva , e reclamando muito embora ela tenha acabao com o calor infernal, uma mulher foi na contra-mão. Não do transito, muito embora na mesma noite muitas mulheres e homens devem ter ido na contra-mão... Gerando as noticias dos jornais, já cansados de falar da onda de calor. Mas ela foi na contra-mão dos costumes!
Não correu PARA casa, correu DE casa. E não reclamou da chuva, fez só parte disso. Amou!E foram essas pequenas mudanças nas farses que lhe renderam o titulo de louca. Mas ela não ligou, nem para os comentarios. Nem para os olhares inquisitores dos vizinhos, nem para a opinião do marido ao ver a mulher abandonar a segurança do lar seco pela perigosa humidade da chuva. Ah! Vale lembrar que tambem não se inportou com os costumes e o pudor, saio como estava. De camisola rendada!
E olhando para os céus, formado por inumeros retalhos em diversos tons de azul-marinho ela se deixou balhar na chuva.seus pés deslizando suavenmente nas possas, espalhando água em todas as direções. Sua camisola encharcada gurdada no corpo deixando a mostra oque devia ajudar a esconder, suas curvas e formas. Seu cabelo se espreguçando e esticanco, descendo como serpente pelas costas. A pele clara brilhando ao receber as luzes da noite, uma bela imitação de lua. O riso mais sincero que aqueles lábios já souberam formar! Riso esse que,devido a quantidade necessaria de felicidade e inocencia, apenas um em cada dez consegue dar. Lá estava ela, rodopiando ao luar.
Como já disse aqueles que viram a cena a chamaram de muitos nomes, mas nós a chamaremos da maneira que gosta de ser cahamada. Cida. A heroina da noite. Durante o dia os moradores da selva de pedra imploraram a Deus um milagre, algo que parasse o calor.Fizeram isso de todas as formas possiveis. Rezaram, pediram, imploraram, pragejaram... teve gente até ameaçando se suicidar para ir pessoalmente reclamar com Deus! Mas assim que ele atendeu o pedido da massa, todos esqueceram dele. Todos menos uma mulher. Cida, nossa dançarina de camisola.
Sem pecado e sem juizo! Dançava para saldar o milagre divino, a chuva. Brincava com cada gota, admirava os desenhos das nuvenes e gragalhava com a sonoridade dos esporadicos trovões. Uma criança, como todo anjo deve ser. Brincando alegremente com as gotas de chuva, sem se preocupar com epidemias, contas para pagar, crise economica, preço da soja na entre-safra nos estados exportadores... SEm se preocupar com nada! Só em espalhar água aos chutes, desengonçados.
Agora se imagine, apena por um minuto, como sendo Deus. Sentado na borda de uma nuvem vendo a cidade que tanto clamou por ele o dia inteiro. Você, deus, preparou com todo carinho uma chuva perfeita. Fina o bastante para não alagar nada, na temepratura certa para não deixar a noite fria e na hora exata para não atrapalhar ninguem. E oque você recebe. Nada! No maximo uma desfeita, já que todos correm do seu presente. AI você fica chateado, começa a lembrar da época do diluvio e de como era respeitado naquele tempo. Começa a pensar numa reprise e nesse momento você vê! Oque? Cida!
Uma linda mulher alrege, dançando com teus pingos de chuva e olhando direto para o céu, para sua nuvem, para você(Deus). E lhe presenteando com o mais calorozo sorriso do mundo. Você se derrete todo, esuqece a ideia do diluvio e até começa a pensar na idéia de fazer um arco-iris de noite. Só para macar na história aquela noite, aquela dançarina de camisola, aquele sorriso. Mas vem um anjo mensageiro avisar que estão reclamando duma nevasca na europa! E você volta ao trabalho...
E la´na terra da garroa, onde naquela noite a chuva caia fina. Onde o calor deu espaço a uma noite calma e refrescante. Uma mulher sentia o poder de estar viva, a felicidade de existir. A chuva molando a pele, lavando a alma e grudando a roupa. Como uma criança, ou talvez um anjo. Só que de camisola! Como estranha essa menina...Só pode ser louca! Talvez queria pegar uma gripe asiatica, do porco, ou blá blá blá...
Nâo escuta! Ignora. Continue a dançar e se molhar, bom saber que ainda existem aqueles que não se contentam em apenas viver. Eles sentem a necessidade de aproveitar.

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