Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



domingo, 28 de novembro de 2010

A Dança dos Paquímetros

Hoje em dia tradiçõe são raras, em um mundo de mil novidades atos repetidos por gerações acabam sendo deixados de lado. Na minha casa não foi diferente. Existia uma tradição que durou duas gerações. Não chegou até a minha, infelizmente, mas viveu o bastante para deixar boas lembrançsa na cabeça dos meus tios, pai e avô. Naquele tempo todo homem da familia ganhava um paquimetro. Quando ia para o colegial o garoto ganhava um paquimetro. Não qulaquer um, tinha que ser ultra preciso, robusto e bem lubrificado. Esse ele ganhava do pai, meu avo. Ganhava tambem dos irmãos mais velhos, paquimetros menores, quando esses irmãos conseguiam o primeiro emprego. Davam paquimetros a todos os homens da familia quando conseguiam o primeiro emprego. Perdiam ou quebravam os paquimetros menores sempre antes de usar. Nenhum deles usou o próprio paquimetro grande, por medo de estragar. Sendo assim usavam, sem permissão, o paquimetro grande dos outros. Meu avô não ganhou pauimetro grande então usou todos os outros 4 paquimetros grandes. Nenhum deles cuidou bem do paquimetro alheio, mas todos cuidaram dos próprios paquimetros. Todos paquimetros acabaram perdidos quando os jovens cresceram e sairam de casa. Cada um que saia levava um paquimetro, seja de proposito ou perdido dentro das coisas que carregava. Nenhum saiu de casa levando o próprio paquimetro. Em mais de 20 anos nenhum paquimetro foi devolvido ao seu respectivo dono. Ontem meu tio devolveu o paquimetro do meu pai, esse tio tinha pegado o paquimetro "emprestado" dois dias depois do meu pai ganhar o paquimetro. Meu pai ficou super feliz e entrou para a história como  o unico a reencontrar seu pauimetro. Abriu e fechou o paquimetro todo emocionado, foi bonito. Aconteceu lá na cozinha ontem de manhã. O paquimetro ainda esta jogado lá... simbolo abandonado do fim da tradição.

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