Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Perdido em lembranças

Na maquina do tempo dos meus devaneios volto hoje a meses atrás. Vejo a imagem já meio borrada, desgastada nas bordas feito lembrança antiga que perde detalhes, ficando só o importante e nada mais. Vejo o verde, claro e brilhante, iluminado pelo sol. É grama! Macia e fofa, ou pelo menos parecia. Não pisei nela. No que parece um jardim vejo uma trilha de cascalho. E na curva um banco de pedra, já desgastada pelo tempo. E no banco vejo um casal sentado lado a lado, conversando, olhando a paisagem, vendo as formosas esculturas que em minha lembrança agora parecem apenas borrões insignificantes. O homem sentado no banco eu reconheço, mesmo estando borrado pelo desgaste da memória, sou eu! A pouco tempo atras, onze meses s não me falha a matemática. Ao meu lado ela, completamente nítida eu a vejo. È verdade que a memória preserva oque nos é importante pois lembro exatamente dela. Me aproximando do casal, em minha memória, vejo que estou prestes a presenciar um momento único. Momento cheio de significados e inúmeras consequências. A conversa tinha um ar descontraído, mas foi mudando e mudando até tomar um tom mais sério. Ela estava nervosa, vermelha e até certo ponto esquiva. Parecia temer algo ao mesmo tempo que estava ansiosa. Seus olhos brilhantes e alegres pareciam esconder uma algum receio. E a todo momento fugiam dos meus. Minha mão em segura a dela com carinho e as palavras saem da minha boca todas atrapalhadas, tentando em meio ao nervosismo esboçar algum romantismo. Ela emfim me olhou e jogando o cabelo no mais absoluto charme feminino se aproximou de mim e assim foi nosso primeiro beijo. Tímido! Mas não curto e com vontade. Pois já havia sido reprimido por muito tempo. Desde que a conheci o pouco tempo que passo com ela é sempre pouco a hora e é muito na lembrança! É como se cada segundo vale-se a um dia. Memória só quarada o impostante, no caso dela... guarda tudo! As inseguranças no momento do beijo se foram, algumas duvidas e receios que li nos lhos dela se mostraram mais tarde e foram acolhidas com o riso de quem ama e entende o ser amado. E eu em lembrança, de pé ao lado do casal me sinto agora um anjo. Leve ao presenciar um beijo tão cheio de sentimento. Sentimento que estava nascendo ali, como uma primeira florada de muitas primaveras que ainda estavam por vir. Não pude me conter,me curvei sobre a lembranças dos dois sorrindo após o beijo e os abençoei, esquecendo por um segundo que era eu que estava lá. E voltei lentamente ao presente me sentindo leve e feliz por saber que aquele sentimento que nasceu ali não ficou lá. Ele sai da lembrança comigo e ,se minha benção for cumprida , por muitos anos ainda irá me acompanhar.