Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Anjo

O lápis passeava lentamente pelo papel. A principio os rastros deixados pelo grafite não eram mais que rabiscos na papel branco. Mas não demorou muito para essas linhas jogadas ao acaso começarem a um retrato. Aqueles traços perdidos aos poucos foram formando o esboço de um rosto. E quanto mais definido ficava o desenho, mais cuidadoso se tornava o desenhista.
Um por um cada fio de cabelo foi cuidadosamente desenhado, com um caimento perfeito. E com um cuidado cirurgico escolheu um ou outro fio par ficar rebelde, fugindo do penteado, afinal a perfeição da obra é vista nos mais delicados defeitos. O capricho era tão grande e a qualidade tão impecavel que ao soprar uma brisa dava a impressão que os cabelos da gravura iam se movimentar.
Os traços que esboçavam o rosto foram sendo definidos. O lápis deslizava pelo papel com a mesma delicadeza de quando acariciamos o rosto de quem amamos. Um rosto simples, calmo e como todo resto do desenho delicado. O artista parecia não respirar, tamanha a concerntração. O lápis bailava pelo papel deixando para trás um rastro de gafite, fino e delicado, que formava cada linha daquele belo rosto.
Houve uma pausa, o desenhista respirou fundo e com uma expressão pesada, de quem está prestes a fazer algo dificil, doloroso ou ariscado começou a desenhar os lábios. Dotados de uma sensualidade casual, descompromissada, natural. Não traziam sinal de maquiagem, não esboçavam nenhuma intenção de seduzir. Mas mesmo assim era facisnantes.Hipnotizantes. O próprio desenhista paraou para adimira-los. Exerciam uma atração incrivel.
O criador de tão difina opra já demonstrava senais de estar cansado. Suas pequenas pausas ficaram mais longas e deus traçoz cade vez mais eram retocados. Ainda assim a garota que se foamava no papel era perfeita. E parte de problema era que o desenhista sabia disso.
Por uns instantes pareceu que ele ia abandonar o trabalho inacabado. Levantou, deixou o desenho de lado, deu algumas voltas pelo quarto. Parecia etsar preocupado ou indeciso. Passava a mão pelos cabelos frenéticamente. Parou.
Respirou fundo. Voltou para a ultima parte ainda não finalizada. Os olhos.
Com traços determinados começo a traçar os olos da garota. Eram olhos grandes e comoventes. E desenhados nos minimos detalhes. A cada passada de grafite eles ganhavam mais emoção e mais intensidade. E começava a ficar claro qual o problema.
Quandoterminou os olhos, dando um retoque nos cílios. Deixou um deles caido reste a olho, mais um pequeno detalhe que mostrava a qualidade do artista. Ao final da obra O resultado foi imprecionante. Um rosto simples, delicado, natural. Sei que nenhum homem é capaz de produzir algo perfeito, mas este artista de quem falo chegou perto. Ele mesmo parecia espantado com o resultado do trabalho. Ela parecia viva, tinha um sorriso amavel, desses que desmancham qualquer coração gelado. Mas oque mais chamava atenção eram os olhos, grandes olhos negros, profundos como o universo. Cheios de sentimento, de carinho e... Mais alguma coisa. Escondiam algo que eu jamais pude descobrir. Alias nem eu e nem o autor da obra.
Fiquei desatento enquanto olhava o retrato. Perdido no infinito daqueles misterioso olhos de mulher. E não vi que mais uma vez estava o desenhista rodando pela sala e passando a mão nos cabelos. Só voltei a realidade quando ouvi a voz do desenhista:
-Porque você não diz logo oque teus olhos já não podem esconder? Cada linha, cada detalhe, cada traço, tudo te entrega! Então por que?
Tive dificuldade em entender as palavras dele, eu acabara de o conhecer. Era um grande artista. Não é atoa que ficou famoso, mas os motivos podiam ter sido outros.
Ele disse aquelas palavras quando de costas para mim e para o retrato, gritou de frente para a janela. E pulou. Fui atras dele para tentar salvar aquele tão talentoso artista, mas nada pude fazer. Estava longe demais.
Mais cedo naquela noite uma garota de sorriso amavel, olhos grandes, lábios hipnotizantes e cabelos perfeitos tinha decidido dormir mais cedo. E em sua prece habitual pediu a deus que envia-se um anjo para proteger o homem que ela amava, mesmo sem jamais admitir para as pessoas que a cercavam.
Rapidamente seu pedido subio aos céus e eu fui enviado para guarda-lo.
Quando cheguei na residencia do homem que deviria proteger, vi que era um desenhista. Parecia estar calmo e começava os primeiros traços de uma obra prima.
Nâo devia ter olhado. Mas olhei e assim como o artista me encantei com o rosto que vi. Pena que o artista encontrou o chão antes de encontar a confirmação do amor que sentia em seu coração. E o retrato perfeito da linda garota foi roubado pelo evnto que invadio o apartamento e deve ter se desfeito, como se desfez o enigma dos olhos da garota. Quando no noticiario da manhã seus olhos viram o final trsite de sua amado, e todo aquele amor guardado jorrou na forma de lágrima e ficou impresso na forma de rugas.
O choque levou dela a beleza. Aquela mulher mais anjelical que os anjos agora só existe naquele retrato. E eu que me apaixonei por ela não volto para o céu sem antes encontra-lo.

 

(Qualquer semelhança com a realidade É mera coincidencia!)

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