Uma tentativa, as vezes um tanto falha, de expressar a vida com palavras.



domingo, 2 de agosto de 2009

Primeiros dias de Agosto

Sei que meus erros não foram poucos. Sei que tambem não foram poucas as lagrimas que nasceram da minha raiva ou das minhas palavras asperas. Poucas não foram as mentiras que contei. Muito menos os dias tristes que passei. Muitas foram as vezes que estive sozinho. E muitas mais foram as vezes que procurei apoio e não encontrei. Já caminhei muito tendando me acalmar. Acabei irritado de tanto andar. Minhas piadas nem sempre fizeram alguem rir. Muitas já fizeram alguem chorar. Já sofri por muitos erros que não são meus. Já paguei um preço caro por acreditar em dias melhores. Passei muitos dias no escuro. Desisti da vida algumas vezes. Perdi o contato com a realidade, entrei num mundo de pesadelos. Já passei noites em claro por medo da vida. Já dormi na sala por medo de barata no quarto. Já vi alguns amores ir embora. E doeu tanto quanto ver que alguns amores jamais vieram até mim. Vi pessoas que eu amava deixando o mundo dos vivos. Me asustei com mortes que resolveram fazer o caminho reverso. Vi muitos sonhos se desfazerem como se fossem feitos de pó. Vi a realidade se transformar em conto de terror. Me afoguei quando aprendi a engatilhar. Cai tanto que de bicicleta eu não aprendi a andar. Embora não caia, sapato eu não sei amarrar. Me doei por nada. Neguei ajuda a quem sempre esteve comigo. Menosprezei quem me amava e ,tolo que era, disse que era por amor. Feri meu próprio corpo para provar que era forte e podia suportar a dor. Tentei tirar minha vida. Sentei no trilho do trem que não passou. Dei meu sangue por quem não me deu nem mesmo um abraço. Assoprei as velas do meu bolo de aniverssario diante de uma grande sala vazia. Não derramei as lágrimas que desejei derramar. Achei que ser fingir ser forte era igual a se fortalecer. Não impedi que injustiças fossem cometidas. Dei as costas para a mão que me pedia ajuda. Deixei ir embora quem me pediu para ficar. Abusei de amizades sinceras. Desejei mal a quem já não etsva tão bem. Jamais pedi desculpa. Creie traumas que a ciencia não soube concertar. Foi contra quem sempre me apoiou. Chorei sozinho no telhado. Sofri sozinho na multidão. Fingi sorrir quendo queria chorar. E fiz ainda pior! Fingi chorar quando queria sorrir. Não cuidei dos infermos quando isso me foi pedido. Não cumpri com minhas obrigações. Abandonei quem me amava incondicionalmente. Agredi com palavras e bofetões quem jamais levantou a mão para mim. Fui egoista. Joguei fora oque outros desejavam com todas suas forças.
Odeiei a tudo e a todos. Briguei com Deus. Fui abandonado muitas vezes. Me esqueceram no frio. Rasgaram meu melhor desenho. Quebraram meu melhor brinquedo. Roubaram minha melhor roupa. Destruiram meu melhor lugar. Não suporto ouvir certas musicas. Não suporto certos sabores. Muitos são os traumas que a vida me inflingiu. Me disseram que não existe amor, bondade ou felicidade. Eu acreditei. Gritei para me defender, gritei mais alto para atacar. Fiquei rouco de tanto gritar. Apalhei por ser mais fraco. Levei um tapa na cara por algo que eu não fiz. Apanhei por ser mais velho. Apalhei por ser mais inteligente. Bati muito, sem motivo algum.
Transformei pequenos problemas em grandes montros. Fujo deles até hoje. Desisti sem lutar. Tive medo de perder tudo que tinha. Perdi tudo que tinha por ter medo de tentar. Nunca mais vi quem me chamou de pai. Nunca mais vi quem jurei proteger para sempre. Não sou mais amigo de quem jurei ser amigo até morrer. Não segui as regras. Fugi de casa algumas vezes. Sofri na rua sem ter quem ajudasse. Tive medo de morrer, mas não pedi ajuda. Perdi o gosto por comemorações. Não suporto o sabor doce e feliz de um bolo de aniversário. Proibi o mundo de se importar comigo. Sofri por não ter quem se importa-se com meu bem estar. Não aprendi a perdoar. Esqueci de muitas cenas na qual fui feliz. Jamais esqueci dos momentos tristes. Fingi ser um deprecivo para tentar ganhar atenção. Entrei em depressão. Fugi da escola. Perdi grandes oportunidades por besteira. Perdi grandes pessoas por besteiras. Rasgei minhas poesias. Queimei algumas cartas de amor. Joguei bem longe presentes de quem me jurou amor eterno. Não me detive ao jogar minha aliança no fundo do lago. Sofri muito ao ver que ela afundou para nunca mais ser encontrada. Fiquei esperando por pessoas que não vieram. Deixei esperando quem não podia esperar. Não fui visitar os enfermos que amava. Comi pacotes inteiros de bolacha. Roubei o troco para comprar bala. Quando eu queria um abraço, me deram mais brinquedos. Quando eu queria um brinquedo só puderam me dar um abraço. Não me conformei com esse desencontro de oferta e procura. Ouvi brigas atras da porta. Chorei por frases que não eram para mim ouvir. Quando foram me ver, fingi que estava dormindo. Disse sim quando queria dizer não. Disse não quando queria dizer sim. Disse sim quando devia dizer sim, não fez diferença. Quando triste desejei um abraço e alguem que pudesse dizer que me ama sem ter que mentir. Mais um desejo não realizado. Me senti abandonado. Fui por muito tempo abandonado. Dexei de soprar velas de aniverssario. Me sinto, hoje, abandonado. Já recusei muitos abraços. Odiei todos que aceitaram minha recusa. Todos aceitaram. Se nunca aprendi a perdoar, vale frizar que jamais me perdoei.
Estes são meus traumas mais profundos. Estes são os primeiros dias de agosto. São8 dias em que eu sempre lembro do que tanto gostaria de esquecer. A cada ano a montanha de traumas fica maior. Passo cada minuto desses 8 dias revivendo cada trauma sistematicamente. No ultimo dia a montanha "de madura" vai ao chão e me soterra em trsitesa e dor. Mas sempre acredito que "este ano vai ser diferente". O unico problema é que essa frase sempre acaba sendo anexada a montanha de traumas do ano que vem. Desculpem se não esboço felicidade hoje. è que já estamos no segundo dia de agosto e ainda faltam 6.

Um comentário:

Unknown disse...

Por algum acasdo tem um bolo de chocolate por aqui?
Eu sonhei com bolo de chocolate com cerejas O.O